DISCOS
M. Geddes Gengras
Collected Works, Vol.1: The Moog Years
· 15 Nov 2013 · 22:43 ·

M. Geddes Gengras
Collected Works, Vol.1: The Moog Years
2013
Umor Rex
Sítios oficiais:
- Umor Rex
Collected Works, Vol.1: The Moog Years
2013
Umor Rex
Sítios oficiais:
- Umor Rex

M. Geddes Gengras
Collected Works, Vol.1: The Moog Years
2013
Umor Rex
Sítios oficiais:
- Umor Rex
Collected Works, Vol.1: The Moog Years
2013
Umor Rex
Sítios oficiais:
- Umor Rex
Novos limites Moog.
Para muitos, a primeira apresentação ao nome de M. Geddes Gengras aconteceu no ano passado, com Icon Give Thanks, excelente tomo da colecção FRKWYS editada pela RVNG Intl., em que aparecia na companhia de Cameron Stallones (Sun Araw) e dos veteraníssimos jamaicanos The Congos. Aí, a influência fundamental era a destes últimos, não só porque jogavam em casa (as gravações foram na Jamaica), mas também, ao que se diz, porque os americanosbnão enjeitaram a oportunidade de experimentar as especialidades calmantes tipicamente locais.Porém, já há alguns anos que Gengras merece destaque no underground de Los Angeles, onde frequentemente explana a sua capacidade transformativa colaborando com gente que se mexe em terrenos diversificados, como o já referido Cameron Stallones, a influente Amanda Brown (Pocahaunted, LA Vampires, o selo 100% Silk), ou os freaks Akron/Family.
A juntar a isto, há uma catadupa de edições sob o pseudónimo Personable e em nome próprio, como o muito recomendável Test Leads, lançado no ano passado pela Intercoastal Artists/HolyMoutain. É nos trabalhos solitários que se revela o lado mais exploratório da produção do californiano, onde cartografa as ténues fronteiras entre um certo brilho pop, o apelo de uma pista de dança abstracta, o tremor do trabalho com as frequências mais baixas, e o torpor drone. Sem surpresa, é precisamente esta a disposição de The Collected Works, Vol.1: The Moog Years, uma colecção de trabalhos criados, entre 2008 e 2013, nestes teclados (em concreto, um Moog Rogue e um MG-1), e lançada pela Umor Rex, uma subsidiária da Thrill Jockey numa edição limitada a 450 cópias.
Numa entrevista, M. Geddes Gengras citava os Stereolab como primeira banda que tinha ouvido usar o som dos Moog, mas não há nenhuma proximidade entre o som de Collected Works e o que era criado por Tim Gane e Laetitia Sadier. Onde os senhores de Emperor Tomato Ketchupborbulhavam alegremente, Gengras rumina os seus sons com paciência, disciplina e ponderação. Apesar de as faixas incluídas nesta colectânea não poderem ser tidas como absolutamente coesas, sobretudo por terem sido produzidas ao longo de um período extenso, em nenhuma delas (excepto, talvez, no início de “Untitled #1”), se descobre um brilho que não seja reflectido, filtrado e esticado praticamente até à insignificância.
Muito mais importantes do que quem o fez conhecer o instrumento parecem ser os legados de repetição metódica de Terry Riley, do experimentalismo concreto do BBC Radiophonic Workshop, do esoterismo devoto do som da Era de Aquário e, até certo ponto, das construções mais vaporosas de Richard D. James. Collected Works faz um estudo apurado dos limites dos Moog, mas não é esse o fulcro do interesse do disco. Ainda que com evidente ancoragem em trabalhos do passado, esta colecção de temas expande os horizontes de que parte e encara-os sem medo de lhes ficar a dever demais ou de lhes retirar a densidade. Em modo exploratório, M. Geddes Gengras, sem reverências, respira bem.
Afonso BiscaiaA juntar a isto, há uma catadupa de edições sob o pseudónimo Personable e em nome próprio, como o muito recomendável Test Leads, lançado no ano passado pela Intercoastal Artists/HolyMoutain. É nos trabalhos solitários que se revela o lado mais exploratório da produção do californiano, onde cartografa as ténues fronteiras entre um certo brilho pop, o apelo de uma pista de dança abstracta, o tremor do trabalho com as frequências mais baixas, e o torpor drone. Sem surpresa, é precisamente esta a disposição de The Collected Works, Vol.1: The Moog Years, uma colecção de trabalhos criados, entre 2008 e 2013, nestes teclados (em concreto, um Moog Rogue e um MG-1), e lançada pela Umor Rex, uma subsidiária da Thrill Jockey numa edição limitada a 450 cópias.
Numa entrevista, M. Geddes Gengras citava os Stereolab como primeira banda que tinha ouvido usar o som dos Moog, mas não há nenhuma proximidade entre o som de Collected Works e o que era criado por Tim Gane e Laetitia Sadier. Onde os senhores de Emperor Tomato Ketchupborbulhavam alegremente, Gengras rumina os seus sons com paciência, disciplina e ponderação. Apesar de as faixas incluídas nesta colectânea não poderem ser tidas como absolutamente coesas, sobretudo por terem sido produzidas ao longo de um período extenso, em nenhuma delas (excepto, talvez, no início de “Untitled #1”), se descobre um brilho que não seja reflectido, filtrado e esticado praticamente até à insignificância.
Muito mais importantes do que quem o fez conhecer o instrumento parecem ser os legados de repetição metódica de Terry Riley, do experimentalismo concreto do BBC Radiophonic Workshop, do esoterismo devoto do som da Era de Aquário e, até certo ponto, das construções mais vaporosas de Richard D. James. Collected Works faz um estudo apurado dos limites dos Moog, mas não é esse o fulcro do interesse do disco. Ainda que com evidente ancoragem em trabalhos do passado, esta colecção de temas expande os horizontes de que parte e encara-os sem medo de lhes ficar a dever demais ou de lhes retirar a densidade. Em modo exploratório, M. Geddes Gengras, sem reverências, respira bem.
joseafonsobiscaia@gmail.com
ÚLTIMOS DISCOS


ÚLTIMAS