Poderia muito bem ser um daqueles casos em que uma canção fabulosa serve de isco para um disco insuficiente em todos os aspectos. O que acontece vezes de mais do que aquilo que gostaríamos todos de admitir. Poderia ser mais um daqueles casos em que apetece pedir o livro de reclamações no fim tal o engano a que fomos submetidos.

Falamos naturalmente de “Lusaka by night”, uma deliciosa lição de africatrónica. E falamos obviamente do disco de estreia de John Wizards, uma banda da África do Sul liderada por John Withers que explora a relação que pode haver entre a música elecrónica e a africana. E com tremenda classe, diga-se. John Wizards não é, felizmente, um disco que nos conte uma história diferente da sua sinopse.

Em quinze capítulos, John Wizards conta uma história de exímia perícia na altura de fazer a cama onde se deitam pequenas melodias e vozes (do ruandês Emmanuel Nzaramba) “inconfundivelmente” africanas. E é assim que se escreve a história de um dos discos mais surpreendentes de 2013; da forma mais simples possível. Não há muito mais que possa ser dito na verdade; basta ouvir uma canção como “Lushoto” para perceber a imensa glória de um disco como estes.