Dizer de Body Music que é um disco de R&B é contar apenas metade da história. A estreia da dupla Aluna Francis e George Reid é um disco pop clássico, feito de ramificações várias com o caldeirão borbulhante da música britânica, bebendo aqui e ali de águas tão produtivas como o dancehall, o dubstep ou garage. Body Music é sobretudo um disco aglutinador de “toda” a boa música de dança feita no Reino Unido nos dias que correm. Mais que tudo, é uma estreia auspiciosa.

Depois de alguma excitação ao redor de um par de singles orelhudos e gloriosos, Body Music vem confirmar quase tudo aquilo que foi ficando no ar; e, ao mesmo tempo, desmentir que isto fosse tudo apenas fruto do acaso. E isso é exactamente o que não parece haver por aqui; a mão invisível da casualidade: a produção de Body Music é, como diria Gordon Ramsey, spot on.

É que, apesar de todo o brilho da voz de Aluna Francis e do destaque natural enquanto frontwoman, George Reid é aquele tipo talentoso por detrás da secretária. Não teria feito mal a Body Music uma certa contenção no número de canções (não há nenhuma a estorvar mas…), mas mesmo assim este é o caso de um disco que faz justiça ao seu título. E no que toca a música para o corpo, não parece que a colheita de 2013 venha a revelar muitos discos tão certeiros como este.