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Wakusei Abnormal
Nandemonai Kyoki
· 14 Jun 2013 · 21:12 ·

Wakusei Abnormal
Nandemonai Kyoki
2013
redrec
Nandemonai Kyoki
2013
redrec

Wakusei Abnormal
Nandemonai Kyoki
2013
redrec
Nandemonai Kyoki
2013
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"Que raio estou eu a ouvir?"
Ah, a maravilhosa esquizofrenia nipónica. Num minuto desfazem-se em torrentes de ruído e psicadelismo avant-garde (Rallizes, Mainliner, tudo o que se nos apresenta no Japrocksampler do Julian Cope), no outro adoptam eurobeat e sintetizadores a escorrer azeite para enloquecer as mentes de hikikomoris e não só (AKB48, a maior parte do lixo dance-pop, tudo o que se nos apresenta como bandas-sonoras de animes). É quase como se no país do sol nascente não existisse meio termo: ou és um oito, ou és oitenta. Território fascinante liderado pelo conservadorismo mas igualmente líder mundial na construção de pornografia estranha (tentáculos, baratas, a lista continua). A culpa é dos E.U.A. e das duas bombas, quiçá.
Wakusei Abnormal (para os mais fanáticos: 惑星アブノーマル) é uma banda recém-criada por duas garotas quase tão assustadoras como a vilã do The Ring que acaba de lançar um mini-álbum. E isto é, essencialmente, o máximo de informação que encontraremos, a não ser que sejamos fluentes em japonês escrito (questão: será que os computadores e a facilidade do copy/paste arruinou a nobre arte da caligrafia japonesa? Pensem nisto, pessoal que discute que "a Internet arruinou a música"). O disco, esse, está disponível nos meios do costume, bastando um pouco de Google e alguma paciência. Esquizofrénico, claro, ou não viesse de onde vem. Pop/rock, algum gostinho jazz, uma voz esganiçada a gritar coisas que não entendemos e vinte e cinco minutos de estranheza total. É um outro mundo. Completamente.
...e, ao mesmo tempo, viciante. Logo na primeira faixa (de novo para os fanáticos: "ぬすっと") temos a voz em questão, um arranque meio funky e algo que descamba naquilo que poderiam ser os Man Man após tomarem ácido, mudarem-se para Tóquio e passarem o resto da vida a construir robôs gigantes para combater a ameaça Godzilla. Frenético como punk, mas que não é punk. Melódico como boa pop, mas que não é pop. Oito e oitenta. Dois minutos e meio depois temos um piano - que nos faz lembrar os Midori, uma banda que deveriam mesmo picar - uma série de palavras reconhecíveis (como sayonara) e um eléctrico solo ao jeito metálico. Não se percebe, de todo. Mas fascina. Muito. Depois há space rock, baladas, Farfisas, feedback, vinte segundos de The Cure e um disco para nos acompanhar durante algum tempo. Pelo menos enquanto o caos continuar a maravilhar-nos. Toda a gente quer ir ao Japão, como dizem as manas CocoRosie.
Paulo CecílioWakusei Abnormal (para os mais fanáticos: 惑星アブノーマル) é uma banda recém-criada por duas garotas quase tão assustadoras como a vilã do The Ring que acaba de lançar um mini-álbum. E isto é, essencialmente, o máximo de informação que encontraremos, a não ser que sejamos fluentes em japonês escrito (questão: será que os computadores e a facilidade do copy/paste arruinou a nobre arte da caligrafia japonesa? Pensem nisto, pessoal que discute que "a Internet arruinou a música"). O disco, esse, está disponível nos meios do costume, bastando um pouco de Google e alguma paciência. Esquizofrénico, claro, ou não viesse de onde vem. Pop/rock, algum gostinho jazz, uma voz esganiçada a gritar coisas que não entendemos e vinte e cinco minutos de estranheza total. É um outro mundo. Completamente.
...e, ao mesmo tempo, viciante. Logo na primeira faixa (de novo para os fanáticos: "ぬすっと") temos a voz em questão, um arranque meio funky e algo que descamba naquilo que poderiam ser os Man Man após tomarem ácido, mudarem-se para Tóquio e passarem o resto da vida a construir robôs gigantes para combater a ameaça Godzilla. Frenético como punk, mas que não é punk. Melódico como boa pop, mas que não é pop. Oito e oitenta. Dois minutos e meio depois temos um piano - que nos faz lembrar os Midori, uma banda que deveriam mesmo picar - uma série de palavras reconhecíveis (como sayonara) e um eléctrico solo ao jeito metálico. Não se percebe, de todo. Mas fascina. Muito. Depois há space rock, baladas, Farfisas, feedback, vinte segundos de The Cure e um disco para nos acompanhar durante algum tempo. Pelo menos enquanto o caos continuar a maravilhar-nos. Toda a gente quer ir ao Japão, como dizem as manas CocoRosie.
pauloandrececilio@gmail.com
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