A história do disco de estreia de Melody Prochet é uma espécie de conto de fadas. Depois de ver um concerto dos Tame Impala em Paris, a francesa falou com Kevin Parker e passado algum tempo o australiano estava a produzir o seu disco de estreia. E foi assim que Melody’s Echo Chamber chegou ao som com o qual a francesa sempre sonhou - e procurava desde sempre.

Seria fácil – e tem sido amplamente tentado – dizer que Melody’s Echo Chamber é apenas uma versão feminina dos Tame Impala. Seria fácil e errado. Tentador mas totalmente precipitado. No seu disco de estreia, Melody Prochet provou que o seu talento na altura de escrever canções é capaz de agigantar-se à produção de Kevin Parker, ainda que esta seja de facto assombrosa.

Melody Prochet disse numa entrevista que Kevin Parker “destruiu” por completo o seu som e não podia estar mais certa. Assim que as canções chegaram às suas mãos, o australiano impôs a Melody’s Echo Chamber um filtro psicadélico que é o equivalente a atropelá-lo com um autocarro de dois andares. Kevin Parker sujou as canções de Melody Prochet e deu-lhes mais carisma. E isso não se pode negar.

Mas não retiremos a atenção do essencial: independentemente disso, as canções do disco de estreia de Melody Prochet - o que antecede a produção propriamente dita - são quase sempre memoráveis. O casamento musical não poderia ter sido mais feliz, mas esta noiva parece perfeitamente capaz de seguir o caminho até ao altar sem ajuda de um padrinho.