Perante a lista de convidados, seria fácil ter a ideia antecipada de The Flaming Lips and Heady Fwends como um disco de malabarismos, de bizarria, de exibicionismo. Senão vejamos: o disco colaborativo dos Flaming Lips reúne gente tão díspar como Ke$ha, Lightning Bolt, Prefuse 73, Chris Martin (Coldplay), Nick Cave, Yoko Ono, Bon Iver, Neon Indian, Tame Impala, entre outros.

Contra todas as probabilidades, The Flaming Lips and Heady Fwends, não mudando propriamente de forma radical o universo sonoro da banda, é um disco coeso e lógico. É é-o apesar de todas as suas amplitudes: sónicas, colaborativas, estilísticas – entre outras. Beneficiando muito provavelmente da natureza do processo criativo, os Flaming Lips parecem ter pensado menos e agido mais. Pode até nem ser, mas The Flaming Lips and Heady Fwends, soa a um disco feito sem grandes planos e estratagemas. E esse é provavelmente o seu maior encanto.

Em muitos aspectos, The Flaming Lips and Heady Fwends é até um disco mais interessante do que o anterior Embryonic, editado em 2009. Talvez por possuir essa aparência de disco feito ao correr da pena (quatro dos temas vinham inclusive de EPs anteriores),parece um tudo ou nada menos pesado e difícil de digerir que o anterior. Falar de canções específicas será um exercício estéril: este é um disco para ser absorvido na sua totalidade. O quê? Este disco é uma excentricidade? Claro que sim, mas se não fosse assim nem podia ser um disco de Wayne Coyne e dos seus cúmplices.