KotoLyra é o segundo lançamento de MimiCof mas antes disso há uma história, a de Midori Hirano, que desde 2006 tem vindo lançando belíssimos discos em nome próprio. Depois de ter mudado de cidade, de Kyoto para Berlim, em 2008, Midori Hirano mudou de pele em 2011 mas não mudou de rumo. E KotoLyra confirma a trajectória de sucesso.

Considerações rápidas: KotoLyra é um disco suficientemente variado para não parecer metido dentro de si mesmo, anémico e repetitivo; e tem mesmo assim a capacidade de soar coerente. É melódico o bastante para ser facilmente consumível e complexo na medida certa para não ser uma xaropada electrónica sem qualquer tipo de profundidade. E ainda consegue ser dono de um som deliciosamente orgânico. E é basicamente isto.

De resto é um bom gosto que se conhece a Midori Hirano e a quem trata um disco de electrónica como se de uma sinfonia se tratasse. O enredo está cheio de surpresas, repleto de voltas e reviravoltas (Berlim deve andar a fazer das suas), a palete sonora é ampla até dizer chega, a partitura está cheia de pequenos detalhes de composição que fazem de KotoLyra um muito entusiasmante exercício de manipulação sonora. Está aqui um belo menu de degustação do melhor que a música electrónica tem para oferecer em 2013.