DISCOS
Joana Sá & LuÃs José Martins
Almost A Song
· 30 Jan 2013 · 09:36 ·
Joana Sá & LuÃs José Martins
Almost A Song
2013
Shhpuma
Sítios oficiais:
- Shhpuma
Almost A Song
2013
Shhpuma
Sítios oficiais:
- Shhpuma
Joana Sá & LuÃs José Martins
Almost A Song
2013
Shhpuma
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Almost A Song
2013
Shhpuma
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Quase uma canção, mas um disco por inteiro.
Existe primeiro a estranheza: a da capa, conforto infantil que nos baixa as defesas, que nos engana e nos esconde a música real que aqui se encontra, as letrinhas minúsculas indicando toy piano ou classical guitar, a própria ideia de cantiga; partimos à procura da pop e da familiaridade, somos assomados pela brusquidão, pela travagem, pelo susto, até. Depois, Almost A Song abre-se-nos por completo. Permanecendo infantil, brincadeira de meninos. Junção de sons como quem pinta por fora do traço.
Joana Sá e Luís José Martins, bons enganadores que são, crianças que deverão ser - quanto mais não seja onde é suposto continuar a ser-se criança, no coração - uniram esforços em Almost A Song para nos dar uma música a espaços indefesa, a outros desafiante, indiferente nunca. Suavemente, a guitarra e o piano constroem uma pequena fantasia, uma "Cantiga de Amor" sem letra (não precisa), melancólica, exacta: perto do final desfaz-se completamente, entra a electricidade e um martelar - é a rejeição. Talvez do amor, se quisermos ler demasiado e deprimidamente, talvez da canção em si, que é isso que o título do álbum nos indica.
"Rock Em Setembro" poderia ser a ideia que um rapazinho tem deste género musical: cacofonia simples entre piano e guitarra, repetitiva e esgrouviada, tentativamente arrasadora no final - um metafórico riff demolidor de corninhos no ar. "Cantiga, Partindo-se", a peça mais longa aqui presente, regressa à ideia inicial - vai criando uma atmosfera delicada que depois se parte ao meio, dando lugar ao medo e à sombra, terminando de forma abrupta. Um ligeiro ponto negativo apenas para "Die Wahnsinnige Forelle", pequena confusão electrónica, à qual se sucede o silêncio quase absoluto de "Presque Sarabande", pontuado por um leve dedilhar e chiares fantasmagóricos. Almost A Song, repetimos, engana: apresenta-nos quase-canções, mas é um (belíssimo) disco por inteiro.
Paulo CecÃlioJoana Sá e Luís José Martins, bons enganadores que são, crianças que deverão ser - quanto mais não seja onde é suposto continuar a ser-se criança, no coração - uniram esforços em Almost A Song para nos dar uma música a espaços indefesa, a outros desafiante, indiferente nunca. Suavemente, a guitarra e o piano constroem uma pequena fantasia, uma "Cantiga de Amor" sem letra (não precisa), melancólica, exacta: perto do final desfaz-se completamente, entra a electricidade e um martelar - é a rejeição. Talvez do amor, se quisermos ler demasiado e deprimidamente, talvez da canção em si, que é isso que o título do álbum nos indica.
"Rock Em Setembro" poderia ser a ideia que um rapazinho tem deste género musical: cacofonia simples entre piano e guitarra, repetitiva e esgrouviada, tentativamente arrasadora no final - um metafórico riff demolidor de corninhos no ar. "Cantiga, Partindo-se", a peça mais longa aqui presente, regressa à ideia inicial - vai criando uma atmosfera delicada que depois se parte ao meio, dando lugar ao medo e à sombra, terminando de forma abrupta. Um ligeiro ponto negativo apenas para "Die Wahnsinnige Forelle", pequena confusão electrónica, à qual se sucede o silêncio quase absoluto de "Presque Sarabande", pontuado por um leve dedilhar e chiares fantasmagóricos. Almost A Song, repetimos, engana: apresenta-nos quase-canções, mas é um (belíssimo) disco por inteiro.
pauloandrececilio@gmail.com
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