DISCOS
Raime
Quarter Turns Over A Living Line
· 14 Jan 2013 · 09:48 ·
Raime
Quarter Turns Over A Living Line
2012
Blackest Ever Black
Sítios oficiais:
- Blackest Ever Black
Quarter Turns Over A Living Line
2012
Blackest Ever Black
Sítios oficiais:
- Blackest Ever Black
Raime
Quarter Turns Over A Living Line
2012
Blackest Ever Black
Sítios oficiais:
- Blackest Ever Black
Quarter Turns Over A Living Line
2012
Blackest Ever Black
Sítios oficiais:
- Blackest Ever Black
Um todo maior que as partes.
Como tantos outros projectos na área da música feita com recurso ao que tradicionalmente se chama de “electrónicas”, os Raime são um duo. Joe Andrews e Tom Halstead apresentam, em ”Quarter Turns Over A Living Line” a sua estreia em longa duração após alguns EPs. O facto de editarem pela Blackest Ever Black, a mesma dos Demdike Stare, e de terem uma mulher a caír num vazio negro na capa, não engana ninguém. O que temos aqui é bastante previsível, embora num óptimo sentido.
O ambiente é estabelecido imediatamente no começo de “Passed Over Trail”, com um som em surdina, semelhante a um helicóptero escutado da parte de dentro de um bunker, ecos distantes, e erupções de ruído. Sons cuja origem reconhecemos, como no caso da bateria de “Exist In The Repeat Of Practice”, ou do violoncelo de “The Dimming Of Road And Rights”, mas que não vivem sozinhos. Cada música dos Raime é um combinação de sons diferentes, que são tirados e colocados ao gosto dos autores, fazendo com que olhemos para as músicas de formas diferente, consoante cada arranjo.
As influências ou comparações para esta música não são nunca fáceis. O ritmo aqui é mais arrastado que nos Demdike Stare, e embora, como em no industrial zombie de “The Last Foundry”, se possa falar em drones à John Carpenter, falta-lhe a melodia que caracterizava o autor de “The Thing”. “Soil And Colts” é slowcore sem guitarras ultra-disciplinado, e de onde não escapam outros “cores” como ”sad” e ”doom”. “The Walker In Blast And Bottle”, onde ouvimos mini-detonações com grão, e algo que surge ao fundo, num tom mais agudo, incorpora uma guitarra(?) que podia ter sido retirada da intro de “Time”, dos Pink Floyd. É neste mundo de incerteza, semi-aparências e sombras sobre sombras que os Raime existem, e fazem sentido.
”Quarter Turns Over A Living Line” não é nada do que se possa considerar “sofisticado”. Os ingredientes são básicos. Têm, tão somente, e quando associados entre si, um aspecto próprio, que providencia um disco que é digno representante da estética da sua editora. Caso os Raime tenham a capacidade de um Burial de evoluír no seu estilo, isto poderá ser apenas o princípio de uma bela história. Alguém sabe onde se compram luzes negras?
Nuno ProençaO ambiente é estabelecido imediatamente no começo de “Passed Over Trail”, com um som em surdina, semelhante a um helicóptero escutado da parte de dentro de um bunker, ecos distantes, e erupções de ruído. Sons cuja origem reconhecemos, como no caso da bateria de “Exist In The Repeat Of Practice”, ou do violoncelo de “The Dimming Of Road And Rights”, mas que não vivem sozinhos. Cada música dos Raime é um combinação de sons diferentes, que são tirados e colocados ao gosto dos autores, fazendo com que olhemos para as músicas de formas diferente, consoante cada arranjo.
As influências ou comparações para esta música não são nunca fáceis. O ritmo aqui é mais arrastado que nos Demdike Stare, e embora, como em no industrial zombie de “The Last Foundry”, se possa falar em drones à John Carpenter, falta-lhe a melodia que caracterizava o autor de “The Thing”. “Soil And Colts” é slowcore sem guitarras ultra-disciplinado, e de onde não escapam outros “cores” como ”sad” e ”doom”. “The Walker In Blast And Bottle”, onde ouvimos mini-detonações com grão, e algo que surge ao fundo, num tom mais agudo, incorpora uma guitarra(?) que podia ter sido retirada da intro de “Time”, dos Pink Floyd. É neste mundo de incerteza, semi-aparências e sombras sobre sombras que os Raime existem, e fazem sentido.
”Quarter Turns Over A Living Line” não é nada do que se possa considerar “sofisticado”. Os ingredientes são básicos. Têm, tão somente, e quando associados entre si, um aspecto próprio, que providencia um disco que é digno representante da estética da sua editora. Caso os Raime tenham a capacidade de um Burial de evoluír no seu estilo, isto poderá ser apenas o princípio de uma bela história. Alguém sabe onde se compram luzes negras?
nunoproenca@gmail.com
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