DISCOS
Roc Marciano
Reloaded
· 03 Jan 2013 · 09:49 ·
Roc Marciano
Reloaded
2012
Decon
Sítios oficiais:
- Decon
Reloaded
2012
Decon
Sítios oficiais:
- Decon
Roc Marciano
Reloaded
2012
Decon
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- Decon
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2012
Decon
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Para cadeiras reclináveis e salas espaçosas.
É bem provável que Roc Marciano tenha ouvido muitas vezes Snoop Dogg dizer "Laaaaay back". Se as suas rimas não são exclusivamente (longe disso) sobre estar sentado no sofá a fumar ganzas e a beber álcool, já o seu flow, em termos de relaxamento, rivaliza com os Curren$ys desta vida. Não havendo pruridos, pode-se até chegar ao limite de dizer que, em dicção, que não em colocação de voz, Marciano tem algo de crooner. As vogais e consoantes chegam-nos corpulentas e nítidas, ampliadas por uma produção que lhes deixa muito espaço para brilhar. A soma de tudo isto, essa, é um brilhante disco, nova-iorquino até ao tutano, mas suficientemente universal para conquistar fãs por toda a parte.
Falando novamente em Curren$y, também se pode realçar que Roc Marciano tem um imaginário próximo do do MC de New Orleans. Por aqui também moram muitas mulheres, fumo recreativo, e carros. Caixas de mudanças em madeira aparecem duas vezes, e marcas automóveis, então, é só vê-las a passar. A maior diferença estará no lado “criminológico”. E aqui Roc aproxima-se do imaginário dos dois Wu-Tang mais ligados a esta ideologia – os fantásticos Raekwon e Ghostface Killah. Os cenários formam-se diante dos olhos, pincelada a pincelada, desde o panorama geral da rua até à marca de sapatos e relógios. Do exterior ao interior. Tal como Rae e Ghost, as rimas de Reloaded encontram-se repletas de calão sobre um estilo de vida, descrito com suficiente nitidez para nos agarrar como um documentário 3D.
Roc Marciano é produtor de uma parte considerável do disco (10 das 15 músicas), e percebe bem que deve dar destaque à sua voz. Adepto dos pianos, orgãos e beats simples, calibra faixas como “Peru” (algo Roots), “76”, “The Man” ou “Deeper” de forma a que voz e produção estejam em perfeita simbiose. É igualmente, assinale-se, adepto das internal rhymes (palavras que rimam na mesma frase), onde demonstra um inegável talento para falar de 1000 maneiras diferentes dos mesmos tópicos, além de um benvindo sentido de humor, como quando diz "Push your afro back to 76" (“76”) ou "Fly, you might find me in a spiderweb" (“We Ill”).
Disco com pouquíssimos convidados, Reloaded não causa espalhafato, está muito longe de ser um disco produzido por Lex Luger ou Young Chop, e, em termos de ostentação, é o gajo que prefere apreciar o luxo em casa do que vir cá para fora bradá-lo aos quatro ventos como Rick Ross. Simples sem ser simplório, tem tudo o que é preciso para transformar Roc Marciano num artista, se não imensamente popular (não há por aqui muitos refrões), pelo menos num culto. Como diz ele em “Death Parade”, "These are just a crime boss´ thoughts".
Nuno ProençaFalando novamente em Curren$y, também se pode realçar que Roc Marciano tem um imaginário próximo do do MC de New Orleans. Por aqui também moram muitas mulheres, fumo recreativo, e carros. Caixas de mudanças em madeira aparecem duas vezes, e marcas automóveis, então, é só vê-las a passar. A maior diferença estará no lado “criminológico”. E aqui Roc aproxima-se do imaginário dos dois Wu-Tang mais ligados a esta ideologia – os fantásticos Raekwon e Ghostface Killah. Os cenários formam-se diante dos olhos, pincelada a pincelada, desde o panorama geral da rua até à marca de sapatos e relógios. Do exterior ao interior. Tal como Rae e Ghost, as rimas de Reloaded encontram-se repletas de calão sobre um estilo de vida, descrito com suficiente nitidez para nos agarrar como um documentário 3D.
Roc Marciano é produtor de uma parte considerável do disco (10 das 15 músicas), e percebe bem que deve dar destaque à sua voz. Adepto dos pianos, orgãos e beats simples, calibra faixas como “Peru” (algo Roots), “76”, “The Man” ou “Deeper” de forma a que voz e produção estejam em perfeita simbiose. É igualmente, assinale-se, adepto das internal rhymes (palavras que rimam na mesma frase), onde demonstra um inegável talento para falar de 1000 maneiras diferentes dos mesmos tópicos, além de um benvindo sentido de humor, como quando diz "Push your afro back to 76" (“76”) ou "Fly, you might find me in a spiderweb" (“We Ill”).
Disco com pouquíssimos convidados, Reloaded não causa espalhafato, está muito longe de ser um disco produzido por Lex Luger ou Young Chop, e, em termos de ostentação, é o gajo que prefere apreciar o luxo em casa do que vir cá para fora bradá-lo aos quatro ventos como Rick Ross. Simples sem ser simplório, tem tudo o que é preciso para transformar Roc Marciano num artista, se não imensamente popular (não há por aqui muitos refrões), pelo menos num culto. Como diz ele em “Death Parade”, "These are just a crime boss´ thoughts".
nunoproenca@gmail.com
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