DISCOS
KACETADO
Tributo Ao Homem
· 18 Dez 2012 · 14:03 ·
KACETADO
Tributo Ao Homem
2012
Footmovin´
Sítios oficiais:
- Footmovin´
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2012
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KACETADO
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Não esquecer: Chama-se Tributo Ao Homem
Acabar a audição do novo disco de Kacetado, e não saber, quer quem o fez, quer como se chama, é um bocado difícil. Não só o próprio lembra-nos constantemente o nome do disco, como, por ele afora, ouvem-se os telefonemas de diversos amigos e colegas MCs, que parecem querer lembrar ao próprio o nome do seu disco. No entanto, ao fim e ao cabo, isso são migalhas. E o que verdadeiramente importa será analisar o disco pelos seus méritos e deméritos, pois Tributo Ao Homem é, de facto, obra de quem tem coisas para dizer, e jeito para o fazer.
Kacetado comunica o que tem para comunicar com precisão, eficiência e rapidez. Poucas são as músicas em que o MCing propriamente dito ultrapassa os dois minutos e meio. Não significará isto que as coisas deixam de ser ditas. O flow de Kacetado adapta-se às circunstâncias, e demonstra imaginação nas rimas, mesmo quando recorre a anglicismos algo cliché para as completar. Nota-se mais a criatividade nas rimas em português onde se escolhem palavras de um vasto vocabulário, do que usar aquelas expressões que se podem comprar em qualquer Amazon.Rap. O que safa o disco é, como disse, a imaginação de Kacetado, e a atenção que lhe convém dar para acompanhar o ritmo do seu pensamento. Ele diz que é “rap de rua” em “Com Fome e Com Rimas”, onde também rima “Borlex” com “New Max”, e a ausência de refrão parece confirmá-lo. Este é um disco mais duro do que o de Sir Scratch de que falei há poucos dias.
A produção cabe exclusivamente a Skunk, e tanto pode ser eterealmente lenta em “Becos”, orgânica com trompetes em “Aprende o Que Não Sabes”, usar pianos agudos e boom-bap violento em “À Patrão”, ou até percussão em garrafas(?) como em “Saddam Hussein Rap”. Kacetado é conciso, quer rime em velocidade normal, abrandada ou em double-time como em “Foge”, que se prevê poder deixar públicos ao vivo em ebulição. Os convidados são também diversos. Há Tekilla, Luso, o promissor Inópia, mas é em “Voila”, faixa-bónus, que estão mais em alta, com as participações intensíssimas de Sam The Kid, Pródigo (“Larga o Favaíto / Já tás bonito” deve ser dos melhores conselhos de sempre) e Bob Da Rage Sense. Em “Novo Dia”, afirma-se que isto é “mais do que música”. E o que seria do hiphop sem este auto-convencimento?
Tributo Ao Homem tem defeitos. Ficamos a desejar que as músicas fossem mais longas (“Foge” acaba o MCing aos 1:39) , e dispensava-se a faixa-título com a voz soul-pop indistinta de Tamin. Em compensação, é o disco de um MC que, nitidamente, sabe como criar frases que ficam na cabeça, dentro das temáticas sociais e de dissing de rivais, habituais do hiphop português. Não sendo tão marcante como as obras de Halloween, Capicua ou Chullage, tem direito a uma vida próspera.
Nuno ProençaKacetado comunica o que tem para comunicar com precisão, eficiência e rapidez. Poucas são as músicas em que o MCing propriamente dito ultrapassa os dois minutos e meio. Não significará isto que as coisas deixam de ser ditas. O flow de Kacetado adapta-se às circunstâncias, e demonstra imaginação nas rimas, mesmo quando recorre a anglicismos algo cliché para as completar. Nota-se mais a criatividade nas rimas em português onde se escolhem palavras de um vasto vocabulário, do que usar aquelas expressões que se podem comprar em qualquer Amazon.Rap. O que safa o disco é, como disse, a imaginação de Kacetado, e a atenção que lhe convém dar para acompanhar o ritmo do seu pensamento. Ele diz que é “rap de rua” em “Com Fome e Com Rimas”, onde também rima “Borlex” com “New Max”, e a ausência de refrão parece confirmá-lo. Este é um disco mais duro do que o de Sir Scratch de que falei há poucos dias.
A produção cabe exclusivamente a Skunk, e tanto pode ser eterealmente lenta em “Becos”, orgânica com trompetes em “Aprende o Que Não Sabes”, usar pianos agudos e boom-bap violento em “À Patrão”, ou até percussão em garrafas(?) como em “Saddam Hussein Rap”. Kacetado é conciso, quer rime em velocidade normal, abrandada ou em double-time como em “Foge”, que se prevê poder deixar públicos ao vivo em ebulição. Os convidados são também diversos. Há Tekilla, Luso, o promissor Inópia, mas é em “Voila”, faixa-bónus, que estão mais em alta, com as participações intensíssimas de Sam The Kid, Pródigo (“Larga o Favaíto / Já tás bonito” deve ser dos melhores conselhos de sempre) e Bob Da Rage Sense. Em “Novo Dia”, afirma-se que isto é “mais do que música”. E o que seria do hiphop sem este auto-convencimento?
Tributo Ao Homem tem defeitos. Ficamos a desejar que as músicas fossem mais longas (“Foge” acaba o MCing aos 1:39) , e dispensava-se a faixa-título com a voz soul-pop indistinta de Tamin. Em compensação, é o disco de um MC que, nitidamente, sabe como criar frases que ficam na cabeça, dentro das temáticas sociais e de dissing de rivais, habituais do hiphop português. Não sendo tão marcante como as obras de Halloween, Capicua ou Chullage, tem direito a uma vida próspera.
nunoproenca@gmail.com
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