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Gallows
Gallows
· 16 Nov 2012 · 10:53 ·

Gallows
Gallows
2012
Venn Records
Sítios oficiais:
- Gallows
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2012
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- Gallows
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Defenestração musical para mais um dia de crise.
Não me sentia assim desde um qualquer álbum de Fucked Up que incitava a destruição maciça de todos os objectos móveis em casa. Mais do que destruição maciça. A sua pura e asséptica defenestração. À qual se seguiria a minha, aterrando no telhado do prédio vizinho – nu -, prestes a agarrar um qualquer lençol lavado e pendurado na corda para me baloiçar perante às crianças que nunca tinham saído de casa desacompanhadas e que, a partir desse mesmo momento, estariam proibidas de alguma vez o fazer, devido à selvajaria em que a sociedade lá fora se havia tornado e que havia envolvido os seus lares. Gallows, da banda homónima, é assim. Defenestração. Palavra que hei-de escrever tantas vezes quantas possíveis ao longo deste texto, que será mais longo só pela necessidade incontrolável de reproduzir “defenestração”.
Britânicos de Watford criados em 2005, têm pelo meio da curta carreira um suposto acordo assinado (vão ver à Wikipedia) com a Warner por muito dinheiro, sendo Gallows o primeiro registo com o vocalista Wade MacNeil. Sem conhecer os trabalhos anteriores, há que dizer que a voz do canadiano preenche os requisitos para aquilo que está ali a ser posto em prática, um daqueles hardcores dilacerantes e viciantes, com melodias suficientes sob as camadas de fúria para consolidar uma estrutura enraivecida, mas ao mesmo tempo digna de abanos de anca e de cabeça.
"Nothing now, nothing left. Jackals attack while you undress. Nothing now, nothing left. Jackals attack while you undress. The world has no age", é a irrelevante letra que se sobrepõe a um maravilhoso riff daqueles que tornam impossível a viagem no metro, excepto se estivermos numa carruagem vazia. Basta o mais ligeiro som de alguém a usar um corta-unhas fora de horas combinado com a coincidência deste momento ("Betrayer. A thousand loves that have crucified me") para gerar aquela ocasião em que se vai esmurrar uma parede. Ou janela. Seguindo-se a obrigatória defenestração. Há aqui uma certa quadratura de guitarras que é forçosa em qualquer banda do género que se preze. Não quero ouvir outra coisa que não seja este som, estas repetições, a espiral que percorre o álbum do princípio ao fim, pontuando-o sempre que é preciso. É certo que a faixa final era dispensável, mas finjamos que “Cult of Mary” encerra o álbum. Já estamos na rua, depois da defenestração final. E agora é partir mais qualquer coisa.
Tiago DiasBritânicos de Watford criados em 2005, têm pelo meio da curta carreira um suposto acordo assinado (vão ver à Wikipedia) com a Warner por muito dinheiro, sendo Gallows o primeiro registo com o vocalista Wade MacNeil. Sem conhecer os trabalhos anteriores, há que dizer que a voz do canadiano preenche os requisitos para aquilo que está ali a ser posto em prática, um daqueles hardcores dilacerantes e viciantes, com melodias suficientes sob as camadas de fúria para consolidar uma estrutura enraivecida, mas ao mesmo tempo digna de abanos de anca e de cabeça.
"Nothing now, nothing left. Jackals attack while you undress. Nothing now, nothing left. Jackals attack while you undress. The world has no age", é a irrelevante letra que se sobrepõe a um maravilhoso riff daqueles que tornam impossível a viagem no metro, excepto se estivermos numa carruagem vazia. Basta o mais ligeiro som de alguém a usar um corta-unhas fora de horas combinado com a coincidência deste momento ("Betrayer. A thousand loves that have crucified me") para gerar aquela ocasião em que se vai esmurrar uma parede. Ou janela. Seguindo-se a obrigatória defenestração. Há aqui uma certa quadratura de guitarras que é forçosa em qualquer banda do género que se preze. Não quero ouvir outra coisa que não seja este som, estas repetições, a espiral que percorre o álbum do princípio ao fim, pontuando-o sempre que é preciso. É certo que a faixa final era dispensável, mas finjamos que “Cult of Mary” encerra o álbum. Já estamos na rua, depois da defenestração final. E agora é partir mais qualquer coisa.
tdiasferreira@gmail.com
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