DISCOS
The Strokes
Room on Fire
· 02 Nov 2003 · 08:00 ·
The Strokes
Room on Fire
2003
BMG


Sítios oficiais:
- The Strokes
- BMG
The Strokes
Room on Fire
2003
BMG


Sítios oficiais:
- The Strokes
- BMG
Os The Strokes, depois do sucesso de “Is This It”, carregavam nos ombros a responsabilidade de não desiludir. As especulações acerca do segundo álbum eram variadas e pairavam no ar dúvidas sobre aquilo que seriam capazes de fazer. Ao ouvir “Room On Fire” pode-se concluir que pouco mudou. Ou melhor, quase tudo continua igual mas com um decréscimo de fulgor.

Com uma produção claramente superior ao seu antecessor, tanto em termos técnicos como de arranjos e composição, “Room On Fire” chega mesmo a arriscar algumas aproximações a sonoridades mais actuais. Mas sem grandes resultados. À partida todos os indícios poderiam levar-nos a afirmar que este novo disco da banda nova iorquina seria muito melhor. Puro engano. Falta-lhe algo que abundava anteriormente – rebeldia. É aqui que “Room On Fire” perde para “Is This It”. Não consegue, à excepção de temas como “Reptilia”, “The Way It Is”, “The End Has No End” ou o vigoroso e fabuloso “I Can`t Win”, os mesmos níveis de energia e descarga emocional. Já não se toca nem canta com a euforia de outrora. A postura tornou-se menos arrogante e a chama rock esmoreceu. Estamos perante um álbum que tinha tudo para afirmar os The Strokes como a grande banda rock da actualidade, mas que deixa fugir esse epíteto pela falta do vigor espontâneo que acaba sempre por marcar a diferença.

“Room On Fire” não é um álbum medíocre. Antes pelo contrário, é um bom disco. Porém, e olhando para trás, não se consegue ignorar uma certa sensação de desilusão. Esperava-se mais, muito mais. E se não queriam mudar muito ao menos que o fizessem com a mesma paixão, porque é isso que falta aqui – tocar com garra, de forma endiabrada e sempre no limite da excitação. Os The Strokes soam a rockstars cansados. Puseram-nos lá em cima, num pedestal, e obrigaram-nos a ter que subir a fasquia. Aparentemente não lhes fez bem. Dêem-lhes descanso e eles talvez nos voltem a dar um grande álbum.
Jorge Baldaia

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