DISCOS
Mares of Thrace
The Pilgrimage
· 29 Jun 2012 · 11:24 ·
Mares of Thrace
The Pilgrimage
2012
Sonic Unyon Metal


Sítios oficiais:
- Mares of Thrace
- Sonic Unyon Metal
Mares of Thrace
The Pilgrimage
2012
Sonic Unyon Metal


Sítios oficiais:
- Mares of Thrace
- Sonic Unyon Metal
Deusas gregas feitas de metal.
Podiam ser umas Coco Rosie. Podiam, mas não são. Ao primeiro som emitido pela bateria já se sabe o que isto é. As aparências iludem, mas nunca ninguém disse que se podia confiar nelas. Se a primeira faixa de The Pilgrimage é uma mera introdução ao som praticado por estas duas jovens canadianas, em “The Pragmatist” a vontade é de arrancar roupa, pele, carne e arranhar com as pontas dos dedos ossificados as paredes, as janelas, as árvores e cabecear o chão. Voltar a vestir tudo para regressar à vida normal nos carreiros.

Este é o segundo álbum de Thérèse e Stefani, que se descrevem como um saco cheio de gatos numa máquina de desfazer madeira. Diz a Wikipédia que as éguas da Trácia eram “magníficas, selvagens e descontroladas”, numa sequência sinonímica que ambiciono algum dia atingir. Faltaria, talvez, o “possante”.

A estrutura do álbum consegue provar aquilo que na actualidade não é muito habitual ouvir, ou seja, precisamente isso: uma estrutura, naquele que é um dos melhores registos do ano, pelo menos no sector metaleiro da coisa. Um dos picos chega à terceira faixa, com “The Gallwasp”. Audições, audições, audições, audições repetidas não desgastam (por ora) a qualidade da canção, que nos seus quatro minutos e trinta e sete segundos dá uma lição de como fazer música pesada nos dias de que correm, com a entrega e dedicação que devia acontecer sempre. Até aos quatro minutos as coisas já corriam bem por si só, mas nesse momento decidem dar o salto que faltava para demonstrar a força de que são capazes.

Não sei como caíram no radar, não sei quantos anos têm, mas sei que The Pilgrimage é um excelente álbum para quem consegue lidar com o lado mais pesado do mundo musical. Entre momentos arrastados, um trabalho de guitarra refrescante e verdadeiros rasganços, confirmam a tal magnificência, selvajaria e descontrolo. Fenomenal, fabuloso, fantástico e até possante.No meio disto tudo só se consegue pensar em cavaleiros do Apocalipse.
Tiago Dias
tdiasferreira@gmail.com

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