DISCOS
Alabama Shakes
Boys & Girls
· 14 Mai 2012 · 11:22 ·

Alabama Shakes
Boys & Girls
2012
Rough Trade
Sítios oficiais:
- Alabama Shakes
- Rough Trade
Boys & Girls
2012
Rough Trade
Sítios oficiais:
- Alabama Shakes
- Rough Trade

Alabama Shakes
Boys & Girls
2012
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- Alabama Shakes
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Boys & Girls
2012
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- Alabama Shakes
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Aviso: Temperatura e pressão controladas.
Quando se tem uma vocalista como Brittany Howard, difícil seria pedir aos restantes Alabama Shakes que não extraíssem dela tudo quanto a sua voz pode oferecer. Pelas cordas vocais de Brittany correm décadas de história, do rock do sul dos EUA mas, sobretudo, a soul conforme entendida por gente como Otis Redding (ouça-se o fraseado contido mas de altas pressões de “You Ain’t Alone”). Curiosamente, não se ouve ninguém a dizer a mágica, e imbecil, frase “Eh pá, canta como uma preta!” que se ouve para gente insípida e maneirista como Adele, Joss Stone ou Aúrea, por parte de pessoas que não tem outro disco de soul em casa. Tal será porque Brittany Howard É negra, ou talvez porque ainda não passam nas mesmas rádios. Vamos um pouco para as duas hipóteses.
Pondo de lado estas considerações, o que oferece a música, no seu todo, dos Alabama Shakes? A uma história. A uma história de contornos bem definidos, num livro de BD de capa e encadernação de alta qualidade, e com desenhos nítidos. Em suma, mais Blake & Mortimer que um daqueles livros de BD modernaça com traços toscos. Mesmo assim, por vezes vem-nos a sensação de que nem tudo está certo naqueles desenhos. E aí começamos a notar que a figura que nos parecia pintada na perfeição, afinal tem, não um red dot à la Seinfeld, mas um canto, uma fracção, que alguém se esqueceu de preencher. E nisto está a diferença, que há tempo de mudar, para bandas como os Black Keys, ou os mui saudosos White Stripes. Os Alabama Shakes ainda não conseguem criar a fórmula mágica de fazer-nos entusiasmar pela música, e só depois notar que, pronto, até já se fez isto antes e tal.
Mas “Boys And Girls” tem boas canções, que não haja dúvidas. “You Ain’t Alone”, “Hang Loose”, “Rise To The Sun”, “Be Mine” ou a faixa título são bons exemplos. Aí podemos apreciar uma combinação voz poderosa + guitarra + baixo + teclas + bateria cujo resultado final é música que nos faz inspirar profundamente, para que expiremos com igual força. Sim, como já disse, é southern rock e soul Staxiana. Não há aqui nada de moderno. Simplesmente, tem a atmosfera certa para nos envolver no seu clima. Com estes pontos positivos, já é suficiente para decidir que os Alabama Shakes merecem que a sua carreira continue a ser seguida. A inexperiência talvez ainda bata forte, e a banda foi colocada rapidamente diante de públicos volumosos. Dêm-lhes uma hipótese, e talvez venhamos a ter alguns quadradinhos que prendam realmente a vista e os restantes sentidos.
Nuno ProençaPondo de lado estas considerações, o que oferece a música, no seu todo, dos Alabama Shakes? A uma história. A uma história de contornos bem definidos, num livro de BD de capa e encadernação de alta qualidade, e com desenhos nítidos. Em suma, mais Blake & Mortimer que um daqueles livros de BD modernaça com traços toscos. Mesmo assim, por vezes vem-nos a sensação de que nem tudo está certo naqueles desenhos. E aí começamos a notar que a figura que nos parecia pintada na perfeição, afinal tem, não um red dot à la Seinfeld, mas um canto, uma fracção, que alguém se esqueceu de preencher. E nisto está a diferença, que há tempo de mudar, para bandas como os Black Keys, ou os mui saudosos White Stripes. Os Alabama Shakes ainda não conseguem criar a fórmula mágica de fazer-nos entusiasmar pela música, e só depois notar que, pronto, até já se fez isto antes e tal.
Mas “Boys And Girls” tem boas canções, que não haja dúvidas. “You Ain’t Alone”, “Hang Loose”, “Rise To The Sun”, “Be Mine” ou a faixa título são bons exemplos. Aí podemos apreciar uma combinação voz poderosa + guitarra + baixo + teclas + bateria cujo resultado final é música que nos faz inspirar profundamente, para que expiremos com igual força. Sim, como já disse, é southern rock e soul Staxiana. Não há aqui nada de moderno. Simplesmente, tem a atmosfera certa para nos envolver no seu clima. Com estes pontos positivos, já é suficiente para decidir que os Alabama Shakes merecem que a sua carreira continue a ser seguida. A inexperiência talvez ainda bata forte, e a banda foi colocada rapidamente diante de públicos volumosos. Dêm-lhes uma hipótese, e talvez venhamos a ter alguns quadradinhos que prendam realmente a vista e os restantes sentidos.
nunoproenca@gmail.com
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