O mundo está cheio de compilações medíocres para crianças, a maior parte delas razoavelmente medíocres e que vêm os mais pequenos – e já agora os seus pais – como presas fáceis e consumidores indefesos. O tratamento “vamos arranjar aí umas musiquinhas e uma mascote idiota e vamos vender isto que nem castanhas quentes� conhecido por todos. Um clássico.

Laura Veirs, escritora de canções mais do que capaz, se movida pela maternidade ou não desconhecemos (e pouco interessa) quis ir ao baú do songbook americano escrito para a pequenada, resgatou uma data de canções tradicionais, rodeou-se de boa gente - Bela Fleck, Colin Meloy (Decemberists), Brian Blade (baterista de Bob Dylan) e Jim James (My Morning Jacket) e vestiu essas canções de belos trajes – ler arranjos, simples mas não simplistas – que lembram a riqueza da música norte-americana.

Em treze andamentos, Laura Veirs, com o bom gosto lhe é reconhecido de discos anteriores, ergueu uma Sinfonia para a Pequenada com canções que podem dizer mais directamente a quem nasceu sob solo norte-americano mas cuja beleza pode muito facilmente ser apreciado por toda a gente. Não fosse a meninice a mais universal de todas as linguagens.