DISCOS
Stay+
Fuck Christian Aids EP
· 23 Fev 2012 · 22:50 ·
Stay+
Fuck Christian Aids EP
2012
Ramp Recordings


Sítios oficiais:
- Stay+
- Ramp Recordings
Stay+
Fuck Christian Aids EP
2012
Ramp Recordings


Sítios oficiais:
- Stay+
- Ramp Recordings
Música para levantar bem alto os braços. Com o cansaço que daí advém.
É cíclico, não falha. Praticamente esgotado o filão dos oitentas, hipsters de todo o mundo voltam-se agora para o revivalismo nineties, colocam um filtro sobre os sons da época e ressuscitam os estados de espírito que não viveram ou não podiam viver na altura. Daí que, no que toca à electrónica Pitchfork-approved, o período rave tenha encontrado novos acólitos, já depois dos Klaxons e restante panóplia "nu" ter desaparecido do mapa e desmentindo o cliché de que Burial tem vindo a compor a banda-sonora do funeral.

Os Stay+ têm vindo a gerar um buzz considerável; não só pelos vídeos que têm lançado, como o de "Young Luv", um mundo alternativo onde Kate Middleton não casou com um príncipe, como pelas não-entrevistas que têm dado, que vão do absurdo ao arrogante, como pela música em si, malhas viradas para a pista onde um beat house é uma corda que nos prende, ou que nos enforca, enquanto sintetizadores ressoam por entre o ruído (ainda não nos fartámos do lo-fi, pois não? Parece que não). Tudo isto aliado ao facto de que pouco ou nada se conhece sobre os membros da "banda" ou do "projecto", que se preferem manter anónimos, não se sabendo sequer se por opção ou se por piada; um dos membros, aparentemente, vai pelo nome de Christopher Poole. Uma coincidência algo estranha.

Fuck Christian Aids é um EP, uma piada, um objecto estranho. O som é esse que já se descreveu. E é francamente bom, ou pelo menos orelhudo o suficiente para pôr uma pessoa normal (o que traduzido para os bares/pistas de hoje onde se ouve música do género é algo parecido com um branco nerd) a abanar o corpo por entre revivalismo house a sério como o dos Azari & III ou electrónica ao mesmo tempo excelente e aprovada pelo Olimpo do indie como a de John Talabot. "Stay Positive" é a faixa de abertura e ao mesmo tempo a melhor, porque o resto soa apenas como uma ligeira variação. E assim se conclui duas coisas: a primeira, que estes 20 e tal minutos de duração são uma punheta sem orgasmo; a segunda, que se deixa de ter moral para criticar o proto-neurónio das produções de um Skrillex quando isto caminha exactamente pelos mesmos trilhos. Mas pronto, sejamos modernos.
Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com

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