DISCOS
Pop. 1280
The Horror
· 08 Fev 2012 · 11:47 ·
Pop. 1280
The Horror
2012
Sacred Bones
Sítios oficiais:
- Pop. 1280
- Sacred Bones
The Horror
2012
Sacred Bones
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The Horror
2012
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2012
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Olá 2012! É um prazer receber-te! Agora, vamos partir esta merda toda!!!
É do conhecimento geral que as zonas ligadas ao “indie” têm tido a praia como elemento fulcral do seu imaginário. A praia, a inocência, a infância, o Verão, e coiso e tal. Agora, antes que toda essa imagética de gajo que já devia mas é ter crescido vos faça sentir mal, vamos a uma praia como deve ser. Uma sem nostalgias patetas, sem sintetizadores de loja dos 300, sem recordações das desgraças dos 80s, sem vozes de criancinha desmamada. Vamos ouvir “Bodies In The Dunes”, a quarta música de “The Horror”. Deixemo-nos hipnotizar por aquele ritmo marcial, e repleto de percussões metálicas de Zach Ziemann, pela voz apocalíptica de Chris Bug, pela guitarra que ora zumbe ora corrói de Ivan Lip, pelo baixo há-algo-no-escuro de Pascal Ludet. É excitação, desvario, uma corrida de ”Monster Truck a esmagar ossos. É uma das grandes músicas que o mundo guitarrístico nos ofereceu recentemente.
Daqui em diante, neste texto, esqueçamos a teoria do espelho do parágrafo anterior. Iremos apenas falar de um disco que, com as devidas semelhanças aos Birthday Party (Lip tem muito em comum com Rowland S. Howard) , e a pedacinhos de Sonic Youth, Shellac, Girls Against Boys, The Jesus Lizard, tem também uma personalidade fortemente americana na sua agressividade e imaginário, o suficiente para se distinguir dos lendários australianos. “Burn The Worm” entra a matar, provocando sensações de acelerações desconcertantes em jogo de arcada, e desastres evitados inextremis quando ouvimos os impactos dos címbalos no refrão. “New Electronix” é punk filtrado por uma lente noise, e voz que grita mais do que canta, levando tudo à frente como uma parede de vento. Há letras, claro. Que não são nada do que não pudéssemos imaginar ouvindo as músicas. “Two dogs fucking / Digging for gold” é logo a primeira. “Nature Boy” chega a um refrão que apresenta um simulacro de groove, num misto de exercício militar e dança macábra. “Hips to the right and hips to the left / Right Left / Right left” diz Chris Bug, parecendo saber que os seus comandados já só respondem por temerem pela própria vida.
Muitas frases aqui são ditas inúmeras vezes. Faz sentido, se pensarmos que “The Horror” também não deixa os seus motorika-créditos por mãos alheias. Será isto no-wave-death-krautrock-pós-hardcore? Podia ser, mas isso seria, porventura, complicado demais, por isso esqueçam que foi escrito. Passemos, por exemplo, para a parte, em “Hang Em High”, onde Chris Bug diz que alguns gritam para o fazermos “until he dies”. Ou na última “Crime Time”, quando avisa “I might need someone to cut me off”, mesmo antes do título da música ser projectada e detonada no ar. São, tal como praticamente todo o disco, momentos de intensidade no vermelho. “The Horror” é 2012 a irromper pelo cimento, pelo vidro, pela madeira, por qualquer que seja o material. Os restantes meses levaram uma bofetada de luva negra repleta de picos em desafio!
Nuno ProençaDaqui em diante, neste texto, esqueçamos a teoria do espelho do parágrafo anterior. Iremos apenas falar de um disco que, com as devidas semelhanças aos Birthday Party (Lip tem muito em comum com Rowland S. Howard) , e a pedacinhos de Sonic Youth, Shellac, Girls Against Boys, The Jesus Lizard, tem também uma personalidade fortemente americana na sua agressividade e imaginário, o suficiente para se distinguir dos lendários australianos. “Burn The Worm” entra a matar, provocando sensações de acelerações desconcertantes em jogo de arcada, e desastres evitados inextremis quando ouvimos os impactos dos címbalos no refrão. “New Electronix” é punk filtrado por uma lente noise, e voz que grita mais do que canta, levando tudo à frente como uma parede de vento. Há letras, claro. Que não são nada do que não pudéssemos imaginar ouvindo as músicas. “Two dogs fucking / Digging for gold” é logo a primeira. “Nature Boy” chega a um refrão que apresenta um simulacro de groove, num misto de exercício militar e dança macábra. “Hips to the right and hips to the left / Right Left / Right left” diz Chris Bug, parecendo saber que os seus comandados já só respondem por temerem pela própria vida.
Muitas frases aqui são ditas inúmeras vezes. Faz sentido, se pensarmos que “The Horror” também não deixa os seus motorika-créditos por mãos alheias. Será isto no-wave-death-krautrock-pós-hardcore? Podia ser, mas isso seria, porventura, complicado demais, por isso esqueçam que foi escrito. Passemos, por exemplo, para a parte, em “Hang Em High”, onde Chris Bug diz que alguns gritam para o fazermos “until he dies”. Ou na última “Crime Time”, quando avisa “I might need someone to cut me off”, mesmo antes do título da música ser projectada e detonada no ar. São, tal como praticamente todo o disco, momentos de intensidade no vermelho. “The Horror” é 2012 a irromper pelo cimento, pelo vidro, pela madeira, por qualquer que seja o material. Os restantes meses levaram uma bofetada de luva negra repleta de picos em desafio!
nunoproenca@gmail.com
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