DISCOS
Dj Sprinkles presents K-S.H.E
Routes Not Roots
· 30 Mai 2011 · 01:11 ·

Dj Sprinkles presents K-S.H.E
Routes Not Roots
2011
Skylax Records
Sítios oficiais:
- Dj Sprinkles presents K-S.H.E
- Skylax Records
Routes Not Roots
2011
Skylax Records
Sítios oficiais:
- Dj Sprinkles presents K-S.H.E
- Skylax Records

Dj Sprinkles presents K-S.H.E
Routes Not Roots
2011
Skylax Records
Sítios oficiais:
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- Skylax Records
Routes Not Roots
2011
Skylax Records
Sítios oficiais:
- Dj Sprinkles presents K-S.H.E
- Skylax Records
Intemporal manifesto house de Terre Thaemlitz. Colheita de 2006.
Há músicas que devem ser levadas a sério, independentemente das nomenclaturas. E o mesmo deve ser dito das personagens que lhes dão vida. Isto não só porque têm musicalmente algo de genuíno para oferecer, mas também por terem um conjunto de causas que são reflexo da forte personalidade do seu autor. Terre Thaemlitz é uma dessas personagens singulares. De bandeira em riste, tem usado o seu conceptualismo artístico em prole da destruição de preconceitos relacionados com determinadas opções sexuais de indivíduos que nada mais pretendem senão viver a sua liberdade. Uma nobre causa que tem vinculado atravez da sua música – entre outros assuntos relacionados com liberdades artísticas muitas vezes escondidas pelo manto do preconceito. Dai a house maviosa que Terre Thaemlitz produz como poucos ser a mais politizada do momento. Aquela que vai para lá da mera música e das tendências do momento. Aquela que tem uma consciência própria.
Midtown 120 Blues de 2009, enquanto Dj Sprinkles, já reflectia todas essas questões (e outras tantas como por exemplo as relacionadas com o género em que se movimenta com absoluta determinação: a house-music). Mas antes desse magnífico manifesto de 2009, jáRoutes Not Roots, enquanto Kami-Sakunobe House Explosion (vulgo K-S.H.E), editado originalmente em 2006 – e agora reeditado – caminhava seguro pelos tortuosos labirintos de um liberalismo social e sexual que o conduziam a solitários e introspectivos interlúdios onde o poder do verbo era recorrente na ironizarão, na sátira à ignorância das massas. Igualmente, a sofisticação deep-house Routes Not Roots já estava devidamente desenvolvida bem antes de Midtown 120 Blues. E as comparações são inevitáveis já que ambos os discos navegam firmes nas mesmas águas. Seguramente ambos não se anulam mutuamente quando se cruzam no radar do melómano. Tudo prova da criatividade e dos sólidos valores de produção de Terre Thaemlitz.
Routes Not Roots vive de opções que nem sempre passam pelas pistas de dança. É intuitivo e lúdico na construção de longas narrativas. É simpático e generoso nos ambientes mantendo um longo e aveludado corredor de duas vias onde a tradição deep-house de Nova-Iorque do início dos anos 90 se encontra com as sofisticações house contemporâneas. Para Terre Thaemlitz, house-music não significa apenas música para dançar, uma experiência de libertação fugaz às sextas ou sábados à noite, muito menos "papel-de-parede" nas lojas da Pull & Bear. Para este americano, a residir actualmente no Japão, a house figura-se bem mais que uma mera escapatória à rotina diária ou um panfleto liberal simplista, ela representa-se como um joguete sonoro extra-sensorial (sem recursos a drogas) que permite a saudável divagação sem fronteiras, hedonismo puro, estados de espírito únicos induzidos por belas fantasias cuidadosamente elaboradas no singular sonho por um mundo melhor. Talvez por isso, e em retrospectiva, a sua música seja bem mais complexa, intemporal e completa do que se julga à primeira vista; repleta de belíssimas minudências que tanto fazem sentido ontem como hoje. Routes Not Roots é mais uma prova que o tempo sabe conservar cuidadosamente para o futuro tudo o que julga essencial.
Rafael SantosMidtown 120 Blues de 2009, enquanto Dj Sprinkles, já reflectia todas essas questões (e outras tantas como por exemplo as relacionadas com o género em que se movimenta com absoluta determinação: a house-music). Mas antes desse magnífico manifesto de 2009, jáRoutes Not Roots, enquanto Kami-Sakunobe House Explosion (vulgo K-S.H.E), editado originalmente em 2006 – e agora reeditado – caminhava seguro pelos tortuosos labirintos de um liberalismo social e sexual que o conduziam a solitários e introspectivos interlúdios onde o poder do verbo era recorrente na ironizarão, na sátira à ignorância das massas. Igualmente, a sofisticação deep-house Routes Not Roots já estava devidamente desenvolvida bem antes de Midtown 120 Blues. E as comparações são inevitáveis já que ambos os discos navegam firmes nas mesmas águas. Seguramente ambos não se anulam mutuamente quando se cruzam no radar do melómano. Tudo prova da criatividade e dos sólidos valores de produção de Terre Thaemlitz.
Routes Not Roots vive de opções que nem sempre passam pelas pistas de dança. É intuitivo e lúdico na construção de longas narrativas. É simpático e generoso nos ambientes mantendo um longo e aveludado corredor de duas vias onde a tradição deep-house de Nova-Iorque do início dos anos 90 se encontra com as sofisticações house contemporâneas. Para Terre Thaemlitz, house-music não significa apenas música para dançar, uma experiência de libertação fugaz às sextas ou sábados à noite, muito menos "papel-de-parede" nas lojas da Pull & Bear. Para este americano, a residir actualmente no Japão, a house figura-se bem mais que uma mera escapatória à rotina diária ou um panfleto liberal simplista, ela representa-se como um joguete sonoro extra-sensorial (sem recursos a drogas) que permite a saudável divagação sem fronteiras, hedonismo puro, estados de espírito únicos induzidos por belas fantasias cuidadosamente elaboradas no singular sonho por um mundo melhor. Talvez por isso, e em retrospectiva, a sua música seja bem mais complexa, intemporal e completa do que se julga à primeira vista; repleta de belíssimas minudências que tanto fazem sentido ontem como hoje. Routes Not Roots é mais uma prova que o tempo sabe conservar cuidadosamente para o futuro tudo o que julga essencial.
r_b_santos_world@hotmail.com
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