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In Her Space
No Body Needed
· 30 Jul 2003 · 08:00 ·

In Her Space
No Body Needed
2003
Bor Land
Sítios oficiais:
- In Her Space
- Bor Land
No Body Needed
2003
Bor Land
Sítios oficiais:
- In Her Space
- Bor Land

In Her Space
No Body Needed
2003
Bor Land
Sítios oficiais:
- In Her Space
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No Body Needed
2003
Bor Land
Sítios oficiais:
- In Her Space
- Bor Land
Aplicando a fórmula jornalística “quem”, “como”, “quando” e “onde”, teremos sempre qualquer coisa do género: chamam-se In Her Space e são constituídos por Diogo Valério (guitarra e teclados), Gonçalo Silva (guitarra e voz), Rodrigo Dias (baixo), Nuno Pessoa (bateria) e Stéphane Thirion (voz), tendo este último abandonado o projecto posteriormente a este concerto no Teatro Taborda (Lisboa), que data de 25 de Maio de 2002. Em comum, partilham do entusiasmo e filosofia que alguém terá dito acerca de uma outra banda de universos paralelos: “Apagar o quadro onde se distribuem todas as etiquetas musicais e deixar um grande espaço em branco onde apenas se possa ler ‘música’.”. Depois de ouvir o disco, compreende-se: a fórmula jornalística não é suficiente. Como todos sabemos, a música é essa coisa complexa de mutações constantes, e os In Her Space não são, certamente, a soma de todas as partes. Apesar disso, o universo sonoro não é verdadeiramente novo. Embrulhada em refinadas tapeçarias tridimensionais que potenciam um som quase hipnótico e apoiada por uma secção rítimica de estruturas possantes sobre as quais caminham os sons de guitarra e baixo, com alguns sintetizadores lá pelo meio, a música dos In Her Space cola e não descola de um mundo onde a dimensão do som ultrapassa o domínio das formas: os Radiohead. E é neste ponto, o quase nunca revelar de uma verdadeira personalidade, que se encontra o maior problema da banda.
Depois da participação no Termómetro Unplugged (onde conquistaram um 2º lugar no concurso de versões), na colectânea da Optimus “Pop Up Songs” e numa compilação da editora Bor Land, “007”, a estreia em disco revela uma banda no seu estado mais puro: a actuação ao vivo. O concerto, mostrando temas longe do formato canção (e que tem vindo a ser posteriormente cada vez mais afastado), irrompeu num mundo de linguagens fantasiosas e minimalismos dilacerados. As palmas foram retiradas “for listener’s pleasure” e por isso o que fica é uma ideia de concerto sem público. Os In Her Space enquadram-se numa linha (consciente ou não) que evoca os ambientes dados a conhecer por bandas como This Mortal Coil e Cocteau Twins, mas também todo um imaginário da 4AD que, curiosamente, serviu como porta-estandarte do som elaborado pela outra influência maior, os Sigur Rós.
As intenções ficam bem patentes em faixas como “Random” e “Careless Whisper” (uma contorção de um conhecido tema de George Micheal, em versão lânguida e arrastada), onde se nota afectividade e bom senso ao serviço da música. Enquadrado numa lógica que varre grande parte das novas editoras independentes nacionais – do artwork (que é, diga-se, notável) à atitude – “No Body Needed” é nascido de uma nova forma de trabalhar a música através de concepções editoriais jovens mas, mesmo assim, promissoras.
Tiago GonçalvesDepois da participação no Termómetro Unplugged (onde conquistaram um 2º lugar no concurso de versões), na colectânea da Optimus “Pop Up Songs” e numa compilação da editora Bor Land, “007”, a estreia em disco revela uma banda no seu estado mais puro: a actuação ao vivo. O concerto, mostrando temas longe do formato canção (e que tem vindo a ser posteriormente cada vez mais afastado), irrompeu num mundo de linguagens fantasiosas e minimalismos dilacerados. As palmas foram retiradas “for listener’s pleasure” e por isso o que fica é uma ideia de concerto sem público. Os In Her Space enquadram-se numa linha (consciente ou não) que evoca os ambientes dados a conhecer por bandas como This Mortal Coil e Cocteau Twins, mas também todo um imaginário da 4AD que, curiosamente, serviu como porta-estandarte do som elaborado pela outra influência maior, os Sigur Rós.
As intenções ficam bem patentes em faixas como “Random” e “Careless Whisper” (uma contorção de um conhecido tema de George Micheal, em versão lânguida e arrastada), onde se nota afectividade e bom senso ao serviço da música. Enquadrado numa lógica que varre grande parte das novas editoras independentes nacionais – do artwork (que é, diga-se, notável) à atitude – “No Body Needed” é nascido de uma nova forma de trabalhar a música através de concepções editoriais jovens mas, mesmo assim, promissoras.
tgoncalves@bodyspace.net
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