DISCOS
Staccato Du Mal
Sin Destino
· 19 Abr 2011 · 11:01 ·
Staccato Du Mal
Sin Destino
2011
Weird Records


Sítios oficiais:
- Staccato Du Mal
- Weird Records
Staccato Du Mal
Sin Destino
2011
Weird Records


Sítios oficiais:
- Staccato Du Mal
- Weird Records
Registo darkwave ensosso - dedicado a quem não coloca muito sal na sua dieta.
Há dois tipos de medos quando olhamos para a capa de Sin Destino. O primeiro é o medo inspirado pela fotografia a preto e cinzento de um condutor, cujo rosto conhecemos pelo seu reflexo num espelho, guiando através do que parece ser uma espessa floresta - uma sinistra iconografia, utilizada por várias vezes em filmes de terror. O segundo é o medo de que o nome Staccato Du Mal possa esconder um projecto de chonice gótica espanhola ou Black Metal chato. Ao ouvir "Walls Fade", a faixa que abre o disco, concluímos que apenas uma destas está errada; os sintetizadores e a drum machine avançam lentamente até entrar a voz urbano-deprimida de Ramiro Jeancarlo, o nome por detrás do projecto. E pronto: voltámos aos anos em que os Joy Division eram Deus.

Talvez estejamos a ser bastante injustos. Não só injustos como xenófobos, já que Jeancarlo é chileno-venezuelano. Sin Destino é um disco que pertence claramente a uma década onde a sua sonoridade era ainda uma novidade, mas isto não faz dele um mau disco. Há canções claramente boas, como "Salvation Through Suffering", e outras irritantemente más, como a tentativa patética de "Foto Archivo" em querer emular os Suicide. As faixas onde Ramiro abandona a voz e dedica-se somente aos sintetizadores também terão o seu quê de interesse - o lado gótico, mas sem chonice.

O que nos leva a concluir que, no seu todo, cumpre com a premissa: canções que andam pelo campo da dark/coldwave e que agradarão certamente a meninas góticas mais aventureiras. Claro que ouvir Sin Destino é colocarmo-nos uma questão antiga: se apreciamos o original, porque não apreciarmos o que soa ao original? Embora, no campo da cópia, o primeiro registo de uns She Wants Revenge tenha muito mais piada pela ironia presente nos temas. Mas isso já é outra história.
Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com

Parceiros