Como uma espécie de orgulho, os Tyvek albergam no seu myspace um texto menos abonatório escrito por algum palerma que nunca ouviu Reatards. Mas não tecem qualquer comentário por baixo, nem precisam: deixam que três acordes e pitadas de feedback o façam por si. A atitude é que conta, e não a perícia; sendo cliché (que é) e facilmente desmistificada (também o é), esta frase parece funcionar a favor dos quatro rapazes.

Não deverá ser necessário explicar como os sons da nativa Detroit terão influenciado a música dos Tyvek. Basta ouvir, com maior ou menor atenção, cada minuto dos cerca de 25 de Nothing Fits; entre os incêndios provocados pela descarga eléctrica dos Stooges e as sessões de pancadaria dos Negative Approach (ups, afinal até se explica), encontramos malhas como "4312", "Outer Limits" e "Underwater". Curtas, mas eficazes, que é o que se pretende de um grupo punk.

Aqui tudo cabe. A dissonância, o ritmo mecânico da bateria, os gritos quase imperceptíveis perante o ruído das guitarras - diz que consistem em críticas ao modo como a economia norte-americana tem vindo a ser gerida, mas pessoalmente preferimos a frase de engate simples e directa em "Potato": I want to make it with you. Ensina, acima de tudo, a não julgar o livro pela capa; isto para quem teve já a curiosidade de ir ver fotos dos moços. Escrevam: os geeks herdarão a terra.