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Eminem
Recovery
· 02 Set 2010 · 16:05 ·
Eminem
Recovery
2010
Aftermath
Sítios oficiais:
- Eminem
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Ainda não foi desta que Eminem ressuscitou, mas há algum trigo escondido no abundante joio.
"I almost made a song dissin' Lil Wayne/It's like I was jealous of him 'cause the attention he was gettin'/I felt horrible about myself/He was spittin' and I wasn't/Anyone who was buzzin' back then could have got it/Almost went at Kanye too". Não é normal ver rimas deste teor, reconhecendo a miséria pessoal e a superioridade, mesmo que momentânea, de outros "rappers", no universo hip-hop. Mas Eminem não é um "rapper" normal, como mostra "Recovery", o segundo disco depois de um hiato conturbado, com depressões, medicamentos e auto-isolação pelo meio.
Do tÃtulo à s letras, "Recovery" reflecte o actual estado da carreira de Eminem, que deixou de ser o rei incontestável do hip-hop "mainstream". À procura da ressurreição, Eminem falhou: "Recovery" é só um disco razoável, muito por culpa da dispersão estilÃstica - há demasiados produtores envolvidos e o velho cúmplice Dr. Dre só produz um tema.
Que fazer com um disco que vai do rap-rock desinspirado ("Won't back down", com Pink) à balada xaroposa para cumprir calendário ("Love the way you lie", com Rihanna)? Ou que arrisca apropriar-se de um pedaço do refrão de "Changes" dos Black Sabbath como clÃmax de um rap dispensável?
Uma sugestão: ouvi-lo e separar o trigo do joio. Em "Talkin' 2 myself" há guitarras tingidas de emo, mas, milagre, é viciante. "No Love" tem o desplante de ir buscar um "sample" de "What is love" de Haddaway (sim, esse) e fazer um feliz momento de rap narcótico - culpem Lil Wayne. "So Bad" exibe a arrogância do Eminem "old school".
São três dos poucos bons exemplos em "Recovery". É pouco para o autor de "Lose Yourself"? É, mas é o suficiente para lhe darmos uma segunda oportunidade.
Pedro RiosDo tÃtulo à s letras, "Recovery" reflecte o actual estado da carreira de Eminem, que deixou de ser o rei incontestável do hip-hop "mainstream". À procura da ressurreição, Eminem falhou: "Recovery" é só um disco razoável, muito por culpa da dispersão estilÃstica - há demasiados produtores envolvidos e o velho cúmplice Dr. Dre só produz um tema.
Que fazer com um disco que vai do rap-rock desinspirado ("Won't back down", com Pink) à balada xaroposa para cumprir calendário ("Love the way you lie", com Rihanna)? Ou que arrisca apropriar-se de um pedaço do refrão de "Changes" dos Black Sabbath como clÃmax de um rap dispensável?
Uma sugestão: ouvi-lo e separar o trigo do joio. Em "Talkin' 2 myself" há guitarras tingidas de emo, mas, milagre, é viciante. "No Love" tem o desplante de ir buscar um "sample" de "What is love" de Haddaway (sim, esse) e fazer um feliz momento de rap narcótico - culpem Lil Wayne. "So Bad" exibe a arrogância do Eminem "old school".
São três dos poucos bons exemplos em "Recovery". É pouco para o autor de "Lose Yourself"? É, mas é o suficiente para lhe darmos uma segunda oportunidade.
pedrosantosrios@gmail.com
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