DISCOS
Chaos Jockey
1
· 22 Jun 2010 · 09:48 ·
Chaos Jockey
1
2010
Word is Out! / AWDR/LR2
Sítios oficiais:
- Word is Out!
- AWDR/LR2
1
2010
Word is Out! / AWDR/LR2
Sítios oficiais:
- Word is Out!
- AWDR/LR2
Chaos Jockey
1
2010
Word is Out! / AWDR/LR2
Sítios oficiais:
- Word is Out!
- AWDR/LR2
1
2010
Word is Out! / AWDR/LR2
Sítios oficiais:
- Word is Out!
- AWDR/LR2
Guitarrista determinante na fase Super Roots, dos Boredoms, revitaliza o fuzz e o infinito.
A certa altura, a imensidão dos Boredoms levou-nos a acreditar que algumas das músicas mais expansivas do incrível colectivo japonês não tinham fim. Se optarmos por repescar um manifesto como Super æ, torna-se até possível imaginar que alguns daqueles temas conheceram início em 1998 e que continuam a tocar (e a crescer) desde essa altura. Uma cavalgada dos Boredoms partia por vezes de um big bang de estilos e insanidade rumo a um destino permanentemente suspenso. Quando assim acontece, a duração lógica é o símbolo do infinito (∞) em vez dos 12 minutos inscritos no papel. Importa aqui também relembrar que a última faixa incluída em Vision Creation Newsun, dos Boredoms, tinha o título de “ずっと”, que significa forever em inglês. Para mais, um exemplo tão clássico como “War Pigs”, dos Black Sabbath, explica também que aquele final ridículo (o som de uma fita a rebobinar até implodir) só acontece mesmo porque o ideal seria o solo de guitarra durar para sempre (mantendo viva a própria crítica desenvolvida por Ozzy).
Tudo isto serve para frisar que determinados guitarristas transportam o tal “sempre / infinito” nos dedos e chegam a ser insaciáveis na hora de colocá-lo em prática. Seiichi Yamamoto é um suspeito do costume quando há que apurar culpados para esse crime. Durante os primeiros anos de fulgor (1993-1999) representados na série Super Roots, em que os Boredoms corromperam moldes e tentaram de tudo excepto o óbvio, a guitarra ocupava quase sempre as mãos do essencial Yamamoto e funcionava por vezes como veículo para excursões até ao sol num ritmo motorik sacado aos Can. Mais tarde, a mesma tendência megalómana haveria de marcar o álbum a solo Crown of Fuzzy Groove com a percussão (hipnótica) a ocupar o lugar principal. Uma vez mais as faixas eram longas. O assunto Chaos Jockey ainda não foi sequer tocado, mas já estão sobre a mesa os pontos fulcrais sobre o duo estreante: Seiichi Yamamoto sabe montar o fuzz da guitarra, como se este fosse um boi bravo e ainda por cima espicaçado pela bateria de Masayuki Chatani, que nunca faz por estancar o sangue. Um diz mata, o outro diz esfola.
Animado por esse confronto, um debute como 1 vive essencialmente da dinâmica de despique que tornou históricos os nomes dos Ruins (do lado japonês) e Lightning Bolt (do lado norte-americano afamado pela escola Load). E, mesmo que o atrito entre a guitarra e a bateria indicie o desgaste das fórmulas mil vezes repisadas, Seiichi Yamamoto ainda impõe respeito como guerreiro de investida épica e riffs que cortam de alto a baixo. Quando o elmo lhe sobe à cabeça, a matança supera a marca dos dez minutos e só pára quando atinge o ponto interminável dos Boredoms. Centenas de japoneses hoje vivos nunca morrerão.
Miguel ArsénioTudo isto serve para frisar que determinados guitarristas transportam o tal “sempre / infinito” nos dedos e chegam a ser insaciáveis na hora de colocá-lo em prática. Seiichi Yamamoto é um suspeito do costume quando há que apurar culpados para esse crime. Durante os primeiros anos de fulgor (1993-1999) representados na série Super Roots, em que os Boredoms corromperam moldes e tentaram de tudo excepto o óbvio, a guitarra ocupava quase sempre as mãos do essencial Yamamoto e funcionava por vezes como veículo para excursões até ao sol num ritmo motorik sacado aos Can. Mais tarde, a mesma tendência megalómana haveria de marcar o álbum a solo Crown of Fuzzy Groove com a percussão (hipnótica) a ocupar o lugar principal. Uma vez mais as faixas eram longas. O assunto Chaos Jockey ainda não foi sequer tocado, mas já estão sobre a mesa os pontos fulcrais sobre o duo estreante: Seiichi Yamamoto sabe montar o fuzz da guitarra, como se este fosse um boi bravo e ainda por cima espicaçado pela bateria de Masayuki Chatani, que nunca faz por estancar o sangue. Um diz mata, o outro diz esfola.
Animado por esse confronto, um debute como 1 vive essencialmente da dinâmica de despique que tornou históricos os nomes dos Ruins (do lado japonês) e Lightning Bolt (do lado norte-americano afamado pela escola Load). E, mesmo que o atrito entre a guitarra e a bateria indicie o desgaste das fórmulas mil vezes repisadas, Seiichi Yamamoto ainda impõe respeito como guerreiro de investida épica e riffs que cortam de alto a baixo. Quando o elmo lhe sobe à cabeça, a matança supera a marca dos dez minutos e só pára quando atinge o ponto interminável dos Boredoms. Centenas de japoneses hoje vivos nunca morrerão.
migarsenio@yahoo.com
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