DISCOS
The Internal Tulips
Mislead Into a Field by a Deformed Deer
· 03 Mai 2010 · 11:04 ·
The Internal Tulips
Mislead Into a Field by a Deformed Deer
2010
Planet Mu


Sítios oficiais:
- The Internal Tulips
- Planet Mu
The Internal Tulips
Mislead Into a Field by a Deformed Deer
2010
Planet Mu


Sítios oficiais:
- The Internal Tulips
- Planet Mu
Planet Mu rende-se a esta pouco usual, mas belíssima viagem às entranhas da pop.
É um disco rápido de se ouvir. Mas não menos interessante de descobrir. Despido de artifícios inúteis – que tornam alguma da música actual redundante –, melodias simples, electrónica ambiental tímida e uma diversidade cénica lucro de uma dúzia de boas voltas ao pequeno jardim perdido nos subúrbios, os norte-americanos Alex Graham (Electric Company) e Brad Laner (Lexaunculpt) são os guias que gerem esta peculiar viagem pop feita à velocidade de cruzeiro.

O tom primaveril melancólico não engana ninguém. Muito menos defrauda quem aqui chegue com boas intenções. E se de um exercício de recuperação de pedaços da herança de Brian Wilson e dos Beatles se trata, nada mais lhes deve quando a verve se solta das amarras da pop clássica e o requinte melódico – com intenções de grandeza na sua pequena e humilde escala – e a subtileza da electrónica se apoderam deste par de espíritos que nada mais procura senão o prazer da canção quando a alma o determina. Não se estanhe, pois, que Mislead Into a Field by a Deformed Deer tenha demorado 6 anos a ser elaborado e poderia ter demorado outro tanto até atingir a primazia da mais-valia estética. Não chegou a tanto porque a perfeição não era almejada. Mas nada aqui é improfícuo, mesmo que este disco venha, provavelmente, a cair no esquecimento por falta de merecida atenção.

Mislead Into a Field by a Deformed Deer é simples e facundo na sua natureza pop. Acima de tudo, distante de querer ser mais do que é: um disco de canções erguido com sentimentos puros. Pouco mais vai além de uma belíssima exposição poética de ânimos abatidos, sombras indefinidas de gente errante, silêncios prolongados no tempo e estática dilatada no espaço. Música melancólica e harmoniosa num dia cinzento enquanto se contempla uma Natureza conformada com os exageros da humanidade. E que mais é necessário para se ter um bom disco de canções? Como aqui convincentemente se descobre, nada!
Rafael Santos
r_b_santos_world@hotmail.com

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