DISCOS
Zoo
Trilogi Peradaban
· 18 Mar 2010 · 00:11 ·
Zoo
Trilogi Peradaban
2010
Dual Plover / Tenzenmen
Sítios oficiais:
- Zoo
- Dual Plover
- Tenzenmen
Trilogi Peradaban
2010
Dual Plover / Tenzenmen
Sítios oficiais:
- Zoo
- Dual Plover
- Tenzenmen
Zoo
Trilogi Peradaban
2010
Dual Plover / Tenzenmen
Sítios oficiais:
- Zoo
- Dual Plover
- Tenzenmen
Trilogi Peradaban
2010
Dual Plover / Tenzenmen
Sítios oficiais:
- Zoo
- Dual Plover
- Tenzenmen
O underground de Yogyakarta, na Indonésia, bate-nos à porta com uma ópera-zeuhl, que poderia ter sido inspirada pelo haka da Nova Zelândia. (?!?)
Não é todos os dias que recebemos novidades do underground de Yogyakarta, pequena província da Indonésia, localizada na Ilha de Java. Pois é esse o lugar que serve de morada aos Zoo, colectivo agitado por uma convergência de estilos, que admite no seu fluxo linguagens nativas, metal bizarramente fustigado e um flagrante fetiche pela infernal organização rítmica dos japoneses Ruins. Na verdade, é tanta a lenha que arde nas curtas e violentas investidas dos Zoo, que houve até quem já os comparasse aos absolutamente singulares Magma, nem tanto pela duração das músicas, mas pela aproximação ao zeuhl (termo usado para definir uma fusão de jazz com metal, melodias complexas, sons celestiais e tudo aquilo que Christian Vander procurava incorporar nos seus Magma). De resto, zeuhl e Zoo soam bem lado a lado.
Mas essa é apenas uma das formas de perspectivar um disco, que, apesar de gerar um frenesim algo cansativo, descobre sempre soluções improváveis para os seus rituais. E acaba por ser essa tendência ritualista a força que empurra Trilogi Peradaban (“trilogia civilização”) para um terreno de indefinição, em que a euforia e a intensidade importam mais do que a vassalagem a uma conduta musical. Como um todo, Trilogi Peradaban soa quase ao que poderia ser o haka, dança de intimidação da selecção de rubgy da Nova Zelândia, transformado numa ópera histriónica. Os ouvidos acagaçam-se.
Mesmo assim, os Zoo não mereceram as minhas melhores comparações gratuitamente: Trilogi Peradaban percorreu um longo caminho até encontrar esta edição, que abriga o disco num digipack aveludado cujo design é de grande categoria (o que nem sempre acontece na world music). Antes disso, a estreia dos Zoo tinha sido lançada, na totalidade, online e também dividida em três cd-r. A última opção explica muito sobre a natureza de uma trilogia repartida por três idades da pedra. Inseridos nesta estranha lógica, os temas vão ficando mais elaborados conforme o recuar do tempo. Ontem, tal como hoje, os indonésios devem estar loucos.
Miguel ArsénioMas essa é apenas uma das formas de perspectivar um disco, que, apesar de gerar um frenesim algo cansativo, descobre sempre soluções improváveis para os seus rituais. E acaba por ser essa tendência ritualista a força que empurra Trilogi Peradaban (“trilogia civilização”) para um terreno de indefinição, em que a euforia e a intensidade importam mais do que a vassalagem a uma conduta musical. Como um todo, Trilogi Peradaban soa quase ao que poderia ser o haka, dança de intimidação da selecção de rubgy da Nova Zelândia, transformado numa ópera histriónica. Os ouvidos acagaçam-se.
Mesmo assim, os Zoo não mereceram as minhas melhores comparações gratuitamente: Trilogi Peradaban percorreu um longo caminho até encontrar esta edição, que abriga o disco num digipack aveludado cujo design é de grande categoria (o que nem sempre acontece na world music). Antes disso, a estreia dos Zoo tinha sido lançada, na totalidade, online e também dividida em três cd-r. A última opção explica muito sobre a natureza de uma trilogia repartida por três idades da pedra. Inseridos nesta estranha lógica, os temas vão ficando mais elaborados conforme o recuar do tempo. Ontem, tal como hoje, os indonésios devem estar loucos.
migarsenio@yahoo.com
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