DISCOS
Washed Out
Life of Leisure EP
· 18 Jan 2010 · 16:22 ·
Washed Out
Life of Leisure EP
2009
Mexican Summer


Sítios oficiais:
- Washed Out
- Mexican Summer
Washed Out
Life of Leisure EP
2009
Mexican Summer


Sítios oficiais:
- Washed Out
- Mexican Summer
É correr, que já vamos em Janeiro e 2009 já foi há tanto tempo. Última chamada para Washed Out.
Gravado em casa dos pais, Life of Leisure possui aquela rara qualidade de intemporalidade que é para muitos a grande demanda na música feita nos dias que correm. Ernest Greene é quem responde pelo cognome Washed Out e é ele que, como tantos outros em 2009, não teve medo de ir atrás para seguir em frente; encontrou o seu espaço na pop de sintetizadores de quarto e com este EP mostra que do recato da sua habitação podem sair canções de um sentido pop (segunda vez de três apenas) apurado e com o rasgo suficiente para deixar rasto. É de feel good songs de que falamos em Life of Leisure.

É por aqui, venham todos. Anos oitenta, psicadelismo, cassetes, tempo queimado, adolescência em suspenso, amor de Verão, a preguiça, memórias de um romance que é pura imaginação, cartas com promessas de eternidade. E uma pitada de glamour. Tudo levemente dançante. Mas ao contrário do que se possa pensar, Life of Leisure não é assim tão lo-fi como deveria ser à partida. É apenas falso lo-fi, metade se quiserem, porque há em Ernest Greene uma evidente preocupação com as texturas e com a imagem final a ser passada. Não que haja nada de mal nisto, entenda-se, mas assim as coisas ficam perfeitamente esclarecidas.

“New Theory” é uma canção verdadeiramente deliciosa. E coloca a nu tudo o que de melhor Washed Out tem para oferecer: a melodia sem vergonha na cara, a voz arrastada e levemente romântica, a paisagem lá ao fundo que transporta para os sonhos e para o desejo, a intemporalidade a curto, a médio e a longo prazo. Há em toda a sua largura aquele fio de falso lo-fi que tanto agrada a muitos (e confunde outros). Em “Feel It All Around” é a mesma coisa, com os mesmos ingredientes que fazem da pop um lugar melhor para se viver nestes dias: perdida no tempo, felizmente anacrónica e sem centrar atenções na produção ou nas aparências. Com isto tudo fica mesmo mesmo a apetecer um disco inteiro.
André Gomes
andregomes@bodyspace.net

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