DISCOS
Black Moth Super Rainbow
Eating Us
· 26 Nov 2009 · 19:48 ·
Black Moth Super Rainbow
Eating Us
2009
Memphis Industries / Popstock


Sítios oficiais:
- Black Moth Super Rainbow
- Memphis Industries
- Popstock
Black Moth Super Rainbow
Eating Us
2009
Memphis Industries / Popstock


Sítios oficiais:
- Black Moth Super Rainbow
- Memphis Industries
- Popstock
Algures a caminho do pote dourado, o colectivo americano supera o passado de retalhos num óptimo disco de pop com asas multicoloridas.
Depois de desperdiçados muitos tubos de ensaio, os Black Moth Super Rainbow encontram-se finalmente perto da fórmula pop que só não fez dos My Bloody Valentine a maior banda do mundo em 1991, porque foi esse o ano em que o punk estalou com os Nirvana. O mesmo quer dizer que ao enigmático colectivo de Pittsburgh basta apertar o laço de uma linha de sintetizador para que a canção passe a ser certeira, como é a eterna paixão “When You Sleep”, dos My Bloody Valentine. Eating Us tem bem apuradas as repetições, que reforçam a simplicidade irresistível das suas canções. Depois do loop estar projectado no espaço, os Black Moth Super Rainbow assumem o controlo de um bonito espectáculo sincronizado de vozes enoveladas por vocoder e arranjos em grande. Assim, o jogo está ganho antes de terminar o primeiro parágrafo.

Prolongamento. É pena que a franja actual da dream pop norte-americana seja pouco reconhecida em comparação com as sensações surgidas de França ou Suécia. Eating Us extraiu dos BMSR medidas (entre elas a produção de Dave Fridmann, dos Mercury Rev) que revelam uma banda empenhada em dar um passo em frente, depois de alguns discos que mais pareciam compilações de pontas soltas. Dotado de outra ambição, o quarto longa-duração sabe até onde deve levar a saturação e que dimensão técnica (gigantesca ou recolhida) prefere para canções, que, sem deixarem de dignificar a pop, podem dobrar num sentido enérgico ou noutro mais atmosférico.

Por acidente ou não, Eating Us provoca uma gula que, sem mais demoras, quer ouvir o próximo álbum desta turma. Eis então o disco certo para quem quiser dar descanso às saias de 23, dos Blonde Redhead (que disfarçadamente criaram alguma da melhor dream pop da década). A doçura certificada de Eating Us faz com que inche como um balão de pastilha-elástica que nunca chega a estoirar. Temos voo maior marcado para breve.
Miguel Arsénio
migarsenio@yahoo.com

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