DISCOS
Jeffrey Lewis & The Junkyard
'Em Are I
· 09 Set 2009 · 10:16 ·
Jeffrey Lewis & The Junkyard
'Em Are I
2009
Rough Trade / Popstock
Sítios oficiais:
- Jeffrey Lewis & The Junkyard
- Rough Trade
- Popstock
'Em Are I
2009
Rough Trade / Popstock
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'Em Are I
2009
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'Em Are I
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Rapaz dos sete ofícios e a sua banda desenhada trituram tradições americanas com a descontracção habitual.
Tudo o que é possível numa banda-desenhada pode também acontecer num disco de Jeffrey Lewis. O próprio nunca bloqueou a via entre os dois meios: os seus comics são atabalhoados como o rock dos eternamente putos, os discos, por sua vez, revelam uma aparência vincadamente sua (o artwork de ’Em Are I, tal como o do tributo aos Crass 12 Songs, torna-os objectos de verdadeiro fetiche) . Sem destoar, ’Em Are I volta a ser um álbum onde o amor reticente e o humor convivem como vinhetas separadas por uma pequena linha branca.
Desta vez, Jeffrey Lewis imagina ser Tom Petty com os The Junkyard no lugar dos Heartbreakers, ou Neil Young ao lado dos Crazy Horse. Tal convicção está escancarada na country despachada de “Good Old Pig, Gone To Avalon”, que conta com um solo-surpresa pela mão do especialista J. Mascis (estranhamente ou não, Mascis era o porco tirânico de “The Freed Pig”, o tema em que Lou Barlow ajustava contas com o seu passado nos Dinosaur Jr.). Um passo à frente ou um passo atrás daquilo a que nos habituou, Jeffrey Lewis nunca chega a abandonar a periferia afectiva: ensaia o tradicional coro de crianças com barba em “Roll Bus Roll”, veste as calças justas dos amigos Strokes em “Slogans” e deixa o irmão Jack Lewis impor um prolongamento Yo La Tengo em “The Upside-Down Cross”. Tudo resulta, mas nunca bate forte.
Ainda não é desta que Jeffrey Lewis se desmarca da família de folk agnóstica (sedeada em Brooklyn) que revelou ao mundo criativos de impulso imparável como Adam Green e Kimya Dawson (o mais adorável ser à face da terra). Todos eles reconhecidos pela sobrecarregada lírica-velocípede e por falarem de sémen como quem fala de Maltesers ou de bolachas de água e sal. Por aqui, a imaginação anula a força da pontaria. Aos poucos, ’Em Are I torna-se semelhante a um invento do Professor Pardal que surpreende apesar da fraca utilidade. Ficamo-nos pela banda-desenhada.
Miguel ArsénioDesta vez, Jeffrey Lewis imagina ser Tom Petty com os The Junkyard no lugar dos Heartbreakers, ou Neil Young ao lado dos Crazy Horse. Tal convicção está escancarada na country despachada de “Good Old Pig, Gone To Avalon”, que conta com um solo-surpresa pela mão do especialista J. Mascis (estranhamente ou não, Mascis era o porco tirânico de “The Freed Pig”, o tema em que Lou Barlow ajustava contas com o seu passado nos Dinosaur Jr.). Um passo à frente ou um passo atrás daquilo a que nos habituou, Jeffrey Lewis nunca chega a abandonar a periferia afectiva: ensaia o tradicional coro de crianças com barba em “Roll Bus Roll”, veste as calças justas dos amigos Strokes em “Slogans” e deixa o irmão Jack Lewis impor um prolongamento Yo La Tengo em “The Upside-Down Cross”. Tudo resulta, mas nunca bate forte.
Ainda não é desta que Jeffrey Lewis se desmarca da família de folk agnóstica (sedeada em Brooklyn) que revelou ao mundo criativos de impulso imparável como Adam Green e Kimya Dawson (o mais adorável ser à face da terra). Todos eles reconhecidos pela sobrecarregada lírica-velocípede e por falarem de sémen como quem fala de Maltesers ou de bolachas de água e sal. Por aqui, a imaginação anula a força da pontaria. Aos poucos, ’Em Are I torna-se semelhante a um invento do Professor Pardal que surpreende apesar da fraca utilidade. Ficamo-nos pela banda-desenhada.
migarsenio@yahoo.com
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