DISCOS
The Sound
From the Lion’s Mouth
· 17 Mar 2003 · 08:00 ·

The Sound
From the Lion’s Mouth
1981
Korova
From the Lion’s Mouth
1981
Korova

The Sound
From the Lion’s Mouth
1981
Korova
From the Lion’s Mouth
1981
Korova
Muitos dizem que o melhor do punk foi o que se lhe seguiu. Não que isso possa ser encarado como uma verdade absoluta, porque no final de contas o punk enquanto fenómeno à escala global sempre soube rasgar mais (e mais variados) horizontes. Sinal dos tempos que correm (ou não), muitas das bandas pós-punk de finais de 70 e inícios de 80 começam a ganhar visibilidade, especialmente as que sempre tiveram problemas de relacionamento com o público. Não que Joy Division, Echo & The Bunnymen, Psychadelic Furs ou Modern Eon não tenham tido, mas sempre conseguiram criar cultos amplos (que se extendem até hoje) à sua volta. Os The Sound também os tinham, mas nunca conseguiram atingir o tal big break que, por exemplo, a banda de Ian Curtis e companheiros conheceu. Tivesse a sua música sido reconhecida, e a fatal depressão que se lançou sobre Andrian Borland (1957-1999) nunca teria existido. Quando a Renascent Records anunciou a reedição da obra do grupo, uma réstia de luminosidade atingiu o carismático vocalista (e co-autor de todos os temas deste “From the Lion’s Mouth”), mas não foi suficiente para o resgatar de uma perda anunciada.
Formados em 1979 no Sul de Londres e herdeiros de uma outra banda chamada The Outsiders (da qual Andrian Borland fazia parte), os The Sound contavam na sua formação original com o já mencionado Adrian Borland, Graham Green, Michael Dudley e Bi Marshall. Em 1980 o grupo estrear-se-ia com “Jeopardy”, num disco marcante, embora ainda longe do patamar que o álbum posterior os havia de levar.
Depois do debutante disco de longa duração, os The Sound voltavam em 1981 com aquele que merecerá, de toda a discografia do grupo, o maior destaque. “From the Lion’s Mouth” é um disco onde um certo cenário obscuro do sofrimento e de dor impera, mas que serve na perfeição um certo bulício de ânsia e revolta. A produção de Hugh Jones é peça-chave nesse complexo som, e ao mostrar uma composição sólida (embora datada) levava a banda a uma grandiosidade próxima do épico. O som era forte, e o baixo assumia um inesperado papel de destaque. A música crua e instrumentalmente pouco complexa mostrou ao mundo (será que mostrou mesmo?) canções tocantes e entusiasmantes como “Silent Air” ou “Winning”.
E para mostrar que não estamos a exagerar, aqui fica um excerto de um texto de Raquel Pinheiro muito elucidativo: From the Lion’s Mouth é um clássico absoluto. De “Winning”, a canção de abertura, a “New Dark Age”, estamos perante um álbum intenso, penetrante, sombrio, mas também grandioso, maior que a vida.
Tiago GonçalvesFormados em 1979 no Sul de Londres e herdeiros de uma outra banda chamada The Outsiders (da qual Andrian Borland fazia parte), os The Sound contavam na sua formação original com o já mencionado Adrian Borland, Graham Green, Michael Dudley e Bi Marshall. Em 1980 o grupo estrear-se-ia com “Jeopardy”, num disco marcante, embora ainda longe do patamar que o álbum posterior os havia de levar.
Depois do debutante disco de longa duração, os The Sound voltavam em 1981 com aquele que merecerá, de toda a discografia do grupo, o maior destaque. “From the Lion’s Mouth” é um disco onde um certo cenário obscuro do sofrimento e de dor impera, mas que serve na perfeição um certo bulício de ânsia e revolta. A produção de Hugh Jones é peça-chave nesse complexo som, e ao mostrar uma composição sólida (embora datada) levava a banda a uma grandiosidade próxima do épico. O som era forte, e o baixo assumia um inesperado papel de destaque. A música crua e instrumentalmente pouco complexa mostrou ao mundo (será que mostrou mesmo?) canções tocantes e entusiasmantes como “Silent Air” ou “Winning”.
E para mostrar que não estamos a exagerar, aqui fica um excerto de um texto de Raquel Pinheiro muito elucidativo: From the Lion’s Mouth é um clássico absoluto. De “Winning”, a canção de abertura, a “New Dark Age”, estamos perante um álbum intenso, penetrante, sombrio, mas também grandioso, maior que a vida.
tgoncalves@bodyspace.net
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