DISCOS
Nuspirit Helsinki
Nuspirit Helsinki
· 17 Mar 2003 · 08:00 ·
Nuspirit Helsinki
Nuspirit Helsinki
2002
Guidance


Sítios oficiais:
- Nuspirit Helsinki
- Guidance
Nuspirit Helsinki
Nuspirit Helsinki
2002
Guidance


Sítios oficiais:
- Nuspirit Helsinki
- Guidance
Apresentações: (soa o rufo)

Tuomas Kallio e Hannu Nieminem – os fundadores

Tori Rantanen, Kim Rantala e Eppen Helle – os restantes do núcleo duro

Aos quais se juntam 10 elementos (julgo eu) em que se destacam Nicole Willis, Chuck Parkins e Ona Kamu. Ficaram na mesma? Eu também, mas pensem neles como um colectivo de produtores, músicos e cantores que formam os Nuspirit Helsinki e sigam-nos com particular atenção. Neste álbum de estreia construíram uma plataforma que assenta na exploração de velharias de Jazz combinadas com elementos electrónicos e improvisações (parecem, pelo menos) de músicos convidados, num estilo definido por eles como “Música Urbana Contemporânea”.

Apresentando similaridades com 4 Hero (nos arranjos das cordas especialmente), Koop e Jazzanova podemos entrar numa viagem pelo mundo da melodia pop, pelos contornos do jazz e soul e o calor da música negra.

“Honest” dá o mote com voz de Nicole Willis, talvez a faixa menos conseguida do álbum, em que se nota algum receio de partir numa aventura que muitas vezes não se coaduna com o sucesso comercial. Mas esse sentimento apenas resiste momentaneamente, visto surgir “Subzero” - que na minha opinião devia abrir o álbum -, visto ser uma excelente introdução ao que nos é oferecido neste disco.

Segue-se “Trying”, com Mercury acompanhada por um som minimal de um órgão e uma cascata de percursões que resulta na perfeição.

Chega “Circular Motion” - e o momento em que coloco este colectivo directamente (sem passar pela casa de partida) no mais alto patamar - com uma bateria hipnotizante, um saxofone fumaça (que me faz flutuar para um fumarento clube de jazz...) e ondas de guitarra criando uma atmosfera única...

“Hard Like a Rock”, com contornos Dub e Daddy Ous em gritos de liberdade e surge-me de novo a questão (“I wonder 2:14 AM”): De onde veio este grupo? Quem são estes produtores? Não surge assim um álbum tão bom de puros desconhecidos ou iniciantes. Após alguma pesquisa percebo que já andam nisto há bastante e beberam das fontes correctas (conviveram com JCR e Guidance pelas quais lançaram alguns 12”).
“Seis por Ocho” é “breakbeat” no seu estado mais puro e “Skydive” surge quando já me encontro extasiado e já vagueio pelos ambientes que me foram dados a ouvir e ver.

Em suma, os Nuspirit Helsinki têm o futuro à sua frente, na sua linguagem eléctrica onde tradição e contemporaniedade passeiam de mãos dadas, e mostram todos os ingredientes para a execução de um clássico! Mas não será já este um clássico?...
Miguel Marques

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