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Tujiko Noriko / Lawrence English / John Chantler
U
· 20 Mai 2009 · 20:20 ·

Tujiko Noriko / Lawrence English / John Chantler
U
2008
Room 40
Sítios oficiais:
- Tujiko Noriko / Lawrence English / John Chantler
- Room 40
U
2008
Room 40
Sítios oficiais:
- Tujiko Noriko / Lawrence English / John Chantler
- Room 40

Tujiko Noriko / Lawrence English / John Chantler
U
2008
Room 40
Sítios oficiais:
- Tujiko Noriko / Lawrence English / John Chantler
- Room 40
U
2008
Room 40
Sítios oficiais:
- Tujiko Noriko / Lawrence English / John Chantler
- Room 40
Uma excessiva familiaridade conduz a enigmática cantora japonesa a um beco sem saída.
Parte do fascínio, que nos atrai a Tujiko Noriko, esmorece quando se torna habitual. Depois de tantas vezes termos encostado o ouvido ao segredar da atípica estrela pop japonesa, um oitavo álbum algo previsível diminui o risco e a “pica” nessa relação. A mesma quebra não afectaria o elo com uma voz de segura tradição, mas, neste caso, quem aprecia o arrojo em Tujiko Noriko, gosta de encontrar uma cama "de pantanas" a cada vez que a redescobre. É bom relembrar que não é todos os dias que uma diva confia a sua voz a um temível alquimista como Pita. Ao ser um dos nomes de proa da Mego de início de século, Tujiko Noriko estava um pouco destinada aos dentes afiados dos leões do ruído. O mais recente U parece pálido por comparação com esse passado mais intenso. Baby did a bad bad thing. Agora nem por isso.
U não se trata, mesmo assim, de um disco mau, nem é sequer uma pedra no sapato de uma carreira que caminha a bom passo. Apesar de ter perdido algum fôlego nos últimos anos, Tujiko Noriko ainda mexe com uma libido minimamente desperta: fica-lhe bem o sinal no queixo e a pele sedosa que exibe em várias fotos. Na verdade, ainda existe uma ponta de anzol à solta em cada letra que canta em japonês. Quem não entende a língua, é obrigado a ler a expressividade de Tujiko, na tentativa de interceptar que episódios nocturnos (o anterior Solo era inversamente solarengo) e íntimo feminino se escondem em U.
Tujiko Noriko parece nem saber como cantar outra coisa que não o íntimo. Determinados a manter o mesmo em câmara isolada, Lawrence English e John Chantler, nomes credenciados na música experimental, optam por encubar guitarra, baixo e bateria num molde de electrónica (algures entre o claustrofobismo dos gémeos Kid A / Amnesiac e uns Battles discretos). Também não é pela produção-avant que U se afunda (“Papergirl” chega mesmo a recuperar alguma da chama noise da Mego). O seu real problema é nunca descolar por completo do que esperávamos desta sequela. Bem ou mal, Björk, a quem Noriko é tantas vezes comparada, faz por avançar (Volta, estás perdoada). U não pode afirmar o mesmo.
Miguel ArsénioU não se trata, mesmo assim, de um disco mau, nem é sequer uma pedra no sapato de uma carreira que caminha a bom passo. Apesar de ter perdido algum fôlego nos últimos anos, Tujiko Noriko ainda mexe com uma libido minimamente desperta: fica-lhe bem o sinal no queixo e a pele sedosa que exibe em várias fotos. Na verdade, ainda existe uma ponta de anzol à solta em cada letra que canta em japonês. Quem não entende a língua, é obrigado a ler a expressividade de Tujiko, na tentativa de interceptar que episódios nocturnos (o anterior Solo era inversamente solarengo) e íntimo feminino se escondem em U.
Tujiko Noriko parece nem saber como cantar outra coisa que não o íntimo. Determinados a manter o mesmo em câmara isolada, Lawrence English e John Chantler, nomes credenciados na música experimental, optam por encubar guitarra, baixo e bateria num molde de electrónica (algures entre o claustrofobismo dos gémeos Kid A / Amnesiac e uns Battles discretos). Também não é pela produção-avant que U se afunda (“Papergirl” chega mesmo a recuperar alguma da chama noise da Mego). O seu real problema é nunca descolar por completo do que esperávamos desta sequela. Bem ou mal, Björk, a quem Noriko é tantas vezes comparada, faz por avançar (Volta, estás perdoada). U não pode afirmar o mesmo.
migarsenio@yahoo.com
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