DISCOS
Dan Auerbach
Keep It Hid
· 17 Mar 2009 · 12:31 ·
Dan Auerbach
Keep It Hid
2009
V2 / Nuevos Medios
Sítios oficiais:
- Dan Auerbach
- V2
- Nuevos Medios
Keep It Hid
2009
V2 / Nuevos Medios
Sítios oficiais:
- Dan Auerbach
- V2
- Nuevos Medios
Dan Auerbach
Keep It Hid
2009
V2 / Nuevos Medios
Sítios oficiais:
- Dan Auerbach
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Keep It Hid
2009
V2 / Nuevos Medios
Sítios oficiais:
- Dan Auerbach
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O jejum dos aficionados de autêntica amargura americana termina na estreia a solo da metade cantante dos Black Keys.
Há que reconhecer a coragem de Dan Auerbach na iniciativa de conduzir um disco em nome próprio, numa altura em que os Black Keys se encontram num ponto de conforto, quer em termos de popularidade (estão em toda a parte), quer pelo reconhecimento influente de gente como Thom Yorke ou Robert Plant. Ao abrigo da importância que assume nos blues eléctricos dos Black Keys, Dan Auberbach parte para Keep It Hid com a sorte de ter a atenção de uma larga falange de entusiastas. Sucesso e culto são valores convertíveis em fichas, quando chega a hora de jogar um álbum a solo na roleta que regula o rock norte-americano. Nesse jogo, Keep It Hid coloca em prática a estratégia da aposta múltipla: vai a todas e em quase todas arrecada lucro.
Tomando as liberdades que se concedem a uma estreia, Dan Auerbach evita que este seja o primeiro dos seus discos a ter o seguinte rodapé:”Black Keys sem a bateria de Patrick Carney.” Essa hipótese está colocada de parte. Keep It Hid comporta a mesma atitude de “blues do barraco”, mas parte de uma plataforma muito mais pessoal, que, ainda assim, abre as suas portas à participação da restante família de Dan Auerbach (o tio James Quine canta e toca guitarra na agitada marcha “Street Walkin’”; o seu pai escreveu o espirituoso lamento “Whispered Words”). À parte disso, o registo de Dan Auerbach aproxima-o de cantores que sofreram a canção com uma intensidade que só pode ter sido subtraída ao magnetismo da lua. Não é estranho pensar em Van Morrison ou em Cat Stevens como faróis de referência para uma voz, que tantas vezes declara introspecção, como um espírito importunado por mulheres (aquelas que provocam a ansiedade rítmica e o suplicio do solo de guitarra em “I Want Some More”). Enquanto isso, Keep It Hid dobra umas quantas tormentas numa medida individual que não faria o mesmo sentido num disco de Black Keys.
Dan Auberback faz música enferrujada pelo tempo para homens que não são de ferro. A prova disso reside no encanto reconfortante de uma “When The Night Comes”, que, ao ser escutada na madrugada, pode muito bem atraiçoar a finalidade de uma “guerra fria” entre ex-amantes. Colorido pela variedade das quatro estações e paradoxalmente obscurecido pelo cinzento da amargura, Keep It Hid colmata fomes sem nunca parecer totalmente aleatório na sua escalada. Essa que usa riffs como botas de montanha e os blues como companhia reincidente do solitário. Bem hajas, Dan. Estás no caminho certo.
Miguel ArsénioTomando as liberdades que se concedem a uma estreia, Dan Auerbach evita que este seja o primeiro dos seus discos a ter o seguinte rodapé:”Black Keys sem a bateria de Patrick Carney.” Essa hipótese está colocada de parte. Keep It Hid comporta a mesma atitude de “blues do barraco”, mas parte de uma plataforma muito mais pessoal, que, ainda assim, abre as suas portas à participação da restante família de Dan Auerbach (o tio James Quine canta e toca guitarra na agitada marcha “Street Walkin’”; o seu pai escreveu o espirituoso lamento “Whispered Words”). À parte disso, o registo de Dan Auerbach aproxima-o de cantores que sofreram a canção com uma intensidade que só pode ter sido subtraída ao magnetismo da lua. Não é estranho pensar em Van Morrison ou em Cat Stevens como faróis de referência para uma voz, que tantas vezes declara introspecção, como um espírito importunado por mulheres (aquelas que provocam a ansiedade rítmica e o suplicio do solo de guitarra em “I Want Some More”). Enquanto isso, Keep It Hid dobra umas quantas tormentas numa medida individual que não faria o mesmo sentido num disco de Black Keys.
Dan Auberback faz música enferrujada pelo tempo para homens que não são de ferro. A prova disso reside no encanto reconfortante de uma “When The Night Comes”, que, ao ser escutada na madrugada, pode muito bem atraiçoar a finalidade de uma “guerra fria” entre ex-amantes. Colorido pela variedade das quatro estações e paradoxalmente obscurecido pelo cinzento da amargura, Keep It Hid colmata fomes sem nunca parecer totalmente aleatório na sua escalada. Essa que usa riffs como botas de montanha e os blues como companhia reincidente do solitário. Bem hajas, Dan. Estás no caminho certo.
migarsenio@yahoo.com
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