DISCOS
Yagya
Rigning
· 13 Mar 2009 · 15:22 ·
Yagya
Rigning
2009
Sending Orbs
Sítios oficiais:
- Yagya
- Sending Orbs
Rigning
2009
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- Yagya
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Yagya
Rigning
2009
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Rigning
2009
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Esta chuvada (Rigning) é um daqueles raros exemplos de aprumo melódico capaz de por qualquer alma a sonhar.
Não será fácil encontrar um refúgio que nos abrigue da inquietude da vida e da tirania que regula minuto a minuto o seu desenrolar. Um refúgio distante que contrarie a fÃsica do universo, que nos permita respirar o quotidiano sem constrições ou tropeços. No fundo é cada vez mais difÃcil encontrar um buraco onde se encontre a paz de espÃrito durante o tempo necessário. Um santuário onde os segundos desacelerem; onde seja permitido contemplar os pormenores que dão cor à vida.
Sinais do tempo. Mas sinais também da desconsideração que vamos tomando como normais, ignorando não só as coisas que nos rodeiam, bem como as pessoas que vão passando ao nosso lado, igualmente indiferentes. E valerá a pena repetir, a propósito de Rigning, que a música pode ser – se não o é mesmo – o santuário onde a indiferença se transforma em algo relevante. Onde os pormenores insignificantes e ignorados na correria da vida sejam tidos em conta. Sejam embelezados por imagens em câmara lenta repletas de cores básicas latejantes.
Yagya, neste seu terceiro e inspiradÃssimo disco, começa por nos arrastar para as profundezas de uma floresta em pleno dia de chuva. Daqueles que encantam pela melancolia e inspiram pela beleza verdejante impressa na paisagem. Por ali sente se o cheiro da terra húmida que lentamente se vai agarrando ás solas dos sapatos. Cheiro que se confunde com a brisa enevoada arrastada pelos longos ventos marÃtimos. No ar materializam-se sons apaixonados e imagens desfocadas do passado, talvez fruto da saudade da felicidade perdida. Nostalgia que purifica a alma em dias de dúvidas. Rigning é tudo isto e muito mais desde que o envolvimento seja permitido sem constrangimentos.
Rigning, subjectivo nas sugestões que vai deixando na mente de quem o ouve, é um disco de imagens. Muitas imagens. A sua irrepreensÃvel verve melódica, que tanto traz à memória Brian Eno, Aphex Twin ou Burial, é de uma beleza e sensibilidade arrebatadora. A atmosfera, triste e solitária, é limpa e apenas complementada por esporádicas cadências techno que, além de se apresentarem sempre em segundo plano, entram e saem com a elegância cavalheiresca a que o melhor dub-techno de Berlim nos habituou.
Não fosse alguma repetição da estrutura motriz que ergue todos os temas, dir-se-ia que Rigning teria todas as condições para ser considerado um dos mais singelos factos estéticos do ano. Não o é, mas pouco falta já que é impossÃvel ignorar a forma como este islandês nos estimula a imaginação e nos proporciona uma inegável paz de espÃrito enquanto nos força a uma viagem pela essência interior. Se muitas vezes perdemos tempo a procurar o nosso santuário nos locais errados, à s vezes bastará ligar a aparelhagem e fechar os olhos para encontrar o refúgio almejado no interior do nosso próprio quarto. Excelente.
Rafael SantosSinais do tempo. Mas sinais também da desconsideração que vamos tomando como normais, ignorando não só as coisas que nos rodeiam, bem como as pessoas que vão passando ao nosso lado, igualmente indiferentes. E valerá a pena repetir, a propósito de Rigning, que a música pode ser – se não o é mesmo – o santuário onde a indiferença se transforma em algo relevante. Onde os pormenores insignificantes e ignorados na correria da vida sejam tidos em conta. Sejam embelezados por imagens em câmara lenta repletas de cores básicas latejantes.
Yagya, neste seu terceiro e inspiradÃssimo disco, começa por nos arrastar para as profundezas de uma floresta em pleno dia de chuva. Daqueles que encantam pela melancolia e inspiram pela beleza verdejante impressa na paisagem. Por ali sente se o cheiro da terra húmida que lentamente se vai agarrando ás solas dos sapatos. Cheiro que se confunde com a brisa enevoada arrastada pelos longos ventos marÃtimos. No ar materializam-se sons apaixonados e imagens desfocadas do passado, talvez fruto da saudade da felicidade perdida. Nostalgia que purifica a alma em dias de dúvidas. Rigning é tudo isto e muito mais desde que o envolvimento seja permitido sem constrangimentos.
Rigning, subjectivo nas sugestões que vai deixando na mente de quem o ouve, é um disco de imagens. Muitas imagens. A sua irrepreensÃvel verve melódica, que tanto traz à memória Brian Eno, Aphex Twin ou Burial, é de uma beleza e sensibilidade arrebatadora. A atmosfera, triste e solitária, é limpa e apenas complementada por esporádicas cadências techno que, além de se apresentarem sempre em segundo plano, entram e saem com a elegância cavalheiresca a que o melhor dub-techno de Berlim nos habituou.
Não fosse alguma repetição da estrutura motriz que ergue todos os temas, dir-se-ia que Rigning teria todas as condições para ser considerado um dos mais singelos factos estéticos do ano. Não o é, mas pouco falta já que é impossÃvel ignorar a forma como este islandês nos estimula a imaginação e nos proporciona uma inegável paz de espÃrito enquanto nos força a uma viagem pela essência interior. Se muitas vezes perdemos tempo a procurar o nosso santuário nos locais errados, à s vezes bastará ligar a aparelhagem e fechar os olhos para encontrar o refúgio almejado no interior do nosso próprio quarto. Excelente.
r_b_santos_world@hotmail.com
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