DISCOS
The Majesticons
Beauty Party
· 05 Mar 2003 · 08:00 ·
The Majesticons
Beauty Party
2003
Big Dada
Sítios oficiais:
- Big Dada
Beauty Party
2003
Big Dada
Sítios oficiais:
- Big Dada
The Majesticons
Beauty Party
2003
Big Dada
Sítios oficiais:
- Big Dada
Beauty Party
2003
Big Dada
Sítios oficiais:
- Big Dada
Mike Ladd é um tipo esquisito. A partir do momento em que abre a boca, surge a dúvida entre levá-lo a sério, ou buscar hipotéticos significados para as suas palavras.
Há três anos surgiram os Infesticons, facção defensora do espírito underground e genuíno do hip-hop, e desta vez aparecem os Majesticons, clã orgulhosamente ostensivo das suas “babes”, anéis, Bentleys e iates. Em comum têm a particularidade de se terem envolvido numa batalha hercúlea pelo domínio e posse do hip-hop - ou algo que o valha – e, não menos importante, o “pormenor” de serem obra total e exclusiva da mente excêntrica de Mike Ladd. O poeta urbano que se estreou com “Easy Listening 4 Armageddon”, montra auspiciosa de hip-hop e soul por uma voz poderosa e peculiar, apresenta “Beauty Party” porque o hip-hop não está à venda (que canseira...) e, por isso, os Majesticons terão de desfeitear os Infesticons.
"We keep the goods/ We suburb the hood/ We'll buy you out/ Or kick you out/ Tear down your block/ It's condos now" é o lema, expresso logo em ‘Piranha Party’ para que se saiba de pronto ao que se vai. “Beauty Party”, mais que uma paródia ao fenómeno caixa-registadora que vai dominando os tops de vendas em todo o mundo através do hip-hop a prata, ouro e rosa, acaba por ter todo o potencial para ser o representante máximo dessa mesma manifestação. A sonoridade tipicamente Timbaland/Neptunes é dominante e torna-o inevitável, ao mesmo tempo que, nas amostras mais bem sucedidas – “Prom Night Party”, “Brains Party”, “Platinum BlaQue Party” – leva a desconfiar acerca do lado da batalha em que Ladd se encontra. É um disco demasiado bom para ser esgotado enquanto sátira, e deve ser olhado e ouvido com sentidos apurados, reservando-lhe o julgamento imparcial a que tem direito.
El-P, Vais Aire e Murs são alguns dos convidados que adornam este paradoxal hino ao supérfluo, entre hip-hop, r&b e alguns raios de soul.
Se é fácil perceber o quão burlesco Mike Ladd consegue ser, o mesmo não poderá ser dito a respeito daquilo que terá passado pela sua cabeça e que resultou no agregado de 15 festas/faixas que oscilam entre a saudável(?) paródia e a artificialidade extrema, exemplificando muito daquilo que J-Lo e Ja Rule gostariam de fazer e dizer um dia, mas que nunca conseguirão. Ladd bate estes iluminados no seu próprio jogo de forma tão categórica que acabará, inevitavelmente, por arrastar e conquistar dois ou três Infesticons menos seguros dos seus ideais para a causa dos Majesticons. Por muito pouco, não terei sido o primeiro. Prefiro esperar pelo terceiro episódio da saga em território neutro.
Carlos CostaHá três anos surgiram os Infesticons, facção defensora do espírito underground e genuíno do hip-hop, e desta vez aparecem os Majesticons, clã orgulhosamente ostensivo das suas “babes”, anéis, Bentleys e iates. Em comum têm a particularidade de se terem envolvido numa batalha hercúlea pelo domínio e posse do hip-hop - ou algo que o valha – e, não menos importante, o “pormenor” de serem obra total e exclusiva da mente excêntrica de Mike Ladd. O poeta urbano que se estreou com “Easy Listening 4 Armageddon”, montra auspiciosa de hip-hop e soul por uma voz poderosa e peculiar, apresenta “Beauty Party” porque o hip-hop não está à venda (que canseira...) e, por isso, os Majesticons terão de desfeitear os Infesticons.
"We keep the goods/ We suburb the hood/ We'll buy you out/ Or kick you out/ Tear down your block/ It's condos now" é o lema, expresso logo em ‘Piranha Party’ para que se saiba de pronto ao que se vai. “Beauty Party”, mais que uma paródia ao fenómeno caixa-registadora que vai dominando os tops de vendas em todo o mundo através do hip-hop a prata, ouro e rosa, acaba por ter todo o potencial para ser o representante máximo dessa mesma manifestação. A sonoridade tipicamente Timbaland/Neptunes é dominante e torna-o inevitável, ao mesmo tempo que, nas amostras mais bem sucedidas – “Prom Night Party”, “Brains Party”, “Platinum BlaQue Party” – leva a desconfiar acerca do lado da batalha em que Ladd se encontra. É um disco demasiado bom para ser esgotado enquanto sátira, e deve ser olhado e ouvido com sentidos apurados, reservando-lhe o julgamento imparcial a que tem direito.
El-P, Vais Aire e Murs são alguns dos convidados que adornam este paradoxal hino ao supérfluo, entre hip-hop, r&b e alguns raios de soul.
Se é fácil perceber o quão burlesco Mike Ladd consegue ser, o mesmo não poderá ser dito a respeito daquilo que terá passado pela sua cabeça e que resultou no agregado de 15 festas/faixas que oscilam entre a saudável(?) paródia e a artificialidade extrema, exemplificando muito daquilo que J-Lo e Ja Rule gostariam de fazer e dizer um dia, mas que nunca conseguirão. Ladd bate estes iluminados no seu próprio jogo de forma tão categórica que acabará, inevitavelmente, por arrastar e conquistar dois ou três Infesticons menos seguros dos seus ideais para a causa dos Majesticons. Por muito pouco, não terei sido o primeiro. Prefiro esperar pelo terceiro episódio da saga em território neutro.
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