DISCOS
DJ / Rupture & Andy Moor
Patches
· 30 Jan 2009 · 16:15 ·

DJ / Rupture & Andy Moor
Patches
2008
Unsuitable Records
Sítios oficiais:
- DJ / Rupture & Andy Moor
Patches
2008
Unsuitable Records
Sítios oficiais:
- DJ / Rupture & Andy Moor

DJ / Rupture & Andy Moor
Patches
2008
Unsuitable Records
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- DJ / Rupture & Andy Moor
Patches
2008
Unsuitable Records
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- DJ / Rupture & Andy Moor
No calor do eclético prenúncio Uproot, vale a pena conhecer o génio e engenho de DJ / Rupture quando barricado ao lado da guitarra incendiária de Andy Moor.
A militância e a ousadia parecem ser características fundamentais no estabelecimento da sintonia que uniu DJ Rupture e Andy Moor, o guitarrista actual dos inconformados The Ex, numa digressão ocorrida em Março de 2007 que só recentemente foi encapsulada neste Patches. Traçando o perfil de cada um, compreende-se que nada é forçado nesta colaboração. Numa altura em que reside num pico de popularidade, garantido pelo fervorosamente recebido mix, DJ/Rupture vê os seus métodos sujeitos a um mais intenso rastreio. Esse que, de alguma forma, procura explicar que ciência improvável tornou possível conjugar num só fluxo (Uproot) dubstep circa amanhã, hip-hop de terceiro mundo e música de câmara.
Sem ser sombra de Uproot ou sequer reproduzir os seus métodos (trata-se afinal de uma colagem de improvisos), Patches é suculento no enfoque apontado a um DJ /Rupture quase insuperável na utilização de três pratos (e alguns efeitos) como instrumento para derrubar a pop anglo-saxónica do seu posto dominante. Repare-se, por exemplo, em como é inegociável o massacre incumbido ao ritmo de “Da Firing Range” (originalmente produzido por DJ Spooky como parte da crew Slew Dem), na avassaladora “Our Enemies Have Watches But We Have Time”. Percebe-se, nessa passagem energicamente sobrecarregada, que Andy Moor é o canhão mais solto neste esquema táctico: alguém armado com guitarra apenas, embora dotado de livre trânsito entre a vegetação de samples plantada por DJ / Rupture (que, por acaso, até é figura central de toda a cena Agriculture). Em “Our Enemies Have Watches But We Have Time”, imponente candidato a maior momento do disco, esgalha a guitarra como o piromaníaco que se recusa a ligar o número dos bombeiros quando a vizinhança arde.
A soma de Rupture e Moor resulta também em subversão. Quantas vezes foi tão conseguida a fusão entre o núcleo rítmico do hit universal “Give It To Me” (Timbaland apoteótico) e uma guitarra perdida em delírios de funky retorcido que reclama todas as liberdades experimentais possíveis? Zero, hoje e daqui em diante. Igualmente transgressora é “Ella Speed”, no espaço que permite a um assobio próximo daquele que atravessou A Ponte Sobre o Rio Kwai para, desta vez, terminar ao serviço de uma música booty (pós-Timbaland) que esfrega nádegas gigantescas contra as braguilhas de empresários aos poucos cilindrados pela crise. Pobre Greg Gillis e toda a quantidade de combinados descartáveis que vende por lebre como Girl Talk…
Sem perder tempo em malabarismos mash-up, a rebeldia estética de Patches exorciza-o de uma etiqueta fácil. Uma sumarização livre podia apontá-lo como disco sem lei que funda residência triunfal num limite out, quando é notório o vigor e espantosa fricção produzidos pela migração permanente entre samples oriundos de toda a parte (do mundo e da música) e uma guitarra que, sem nunca se render à sua utilidade tradicional, consegue ainda intensificar tudo isso. No fim, Tracy Chapman remata adequadamente:The police / Always come late hey / If they come at all(pregão lindo de “Behind The Wall”). Não chamem a polícia.
Miguel ArsénioSem ser sombra de Uproot ou sequer reproduzir os seus métodos (trata-se afinal de uma colagem de improvisos), Patches é suculento no enfoque apontado a um DJ /Rupture quase insuperável na utilização de três pratos (e alguns efeitos) como instrumento para derrubar a pop anglo-saxónica do seu posto dominante. Repare-se, por exemplo, em como é inegociável o massacre incumbido ao ritmo de “Da Firing Range” (originalmente produzido por DJ Spooky como parte da crew Slew Dem), na avassaladora “Our Enemies Have Watches But We Have Time”. Percebe-se, nessa passagem energicamente sobrecarregada, que Andy Moor é o canhão mais solto neste esquema táctico: alguém armado com guitarra apenas, embora dotado de livre trânsito entre a vegetação de samples plantada por DJ / Rupture (que, por acaso, até é figura central de toda a cena Agriculture). Em “Our Enemies Have Watches But We Have Time”, imponente candidato a maior momento do disco, esgalha a guitarra como o piromaníaco que se recusa a ligar o número dos bombeiros quando a vizinhança arde.
A soma de Rupture e Moor resulta também em subversão. Quantas vezes foi tão conseguida a fusão entre o núcleo rítmico do hit universal “Give It To Me” (Timbaland apoteótico) e uma guitarra perdida em delírios de funky retorcido que reclama todas as liberdades experimentais possíveis? Zero, hoje e daqui em diante. Igualmente transgressora é “Ella Speed”, no espaço que permite a um assobio próximo daquele que atravessou A Ponte Sobre o Rio Kwai para, desta vez, terminar ao serviço de uma música booty (pós-Timbaland) que esfrega nádegas gigantescas contra as braguilhas de empresários aos poucos cilindrados pela crise. Pobre Greg Gillis e toda a quantidade de combinados descartáveis que vende por lebre como Girl Talk…
Sem perder tempo em malabarismos mash-up, a rebeldia estética de Patches exorciza-o de uma etiqueta fácil. Uma sumarização livre podia apontá-lo como disco sem lei que funda residência triunfal num limite out, quando é notório o vigor e espantosa fricção produzidos pela migração permanente entre samples oriundos de toda a parte (do mundo e da música) e uma guitarra que, sem nunca se render à sua utilidade tradicional, consegue ainda intensificar tudo isso. No fim, Tracy Chapman remata adequadamente:The police / Always come late hey / If they come at all(pregão lindo de “Behind The Wall”). Não chamem a polícia.
migarsenio@yahoo.com
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