DISCOS
She & Him
Volume One
· 15 Jan 2009 · 12:15 ·
She & Him
Volume One
2008
Merge
Sítios oficiais:
- She & Him
- Merge
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2008
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2008
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Colaboração entre o veterano M. Ward e o docinho Zooey Deschanel resulta num conjunto de canções mais do que apreciável: encantador.
Volume One parece um daqueles discos esquecidos no tempo, recuperados apenas em grandes dias de sol ou em road trips. É preciso quase um beliscão para que nos lembremos que, afinal, este é um disco de 2008. Resultado musical entre o sempre recomendável M. Ward (que também produziu o disco) e a adorável actriz e cantora Zooey Deschanel, a música dos She & Him é descrita muitas vezes como sendo doce – e não parece haver razões para contrariar essa ideia. A voz de Zooey é mel em cima dos arranjos e da escrita de M. Ward. O encontro dos dois é perfeito, desencadeante de canções que nascem com a chancela de clássicos logo no parto, que parecerem pertencer às nossas vidas desde há muito tempo. Volume One foi escrito para homenagear os heróis musicais de ambos e tornou-se em muito mais do que isso.
Nos She & Him há mais dela do que dele. O papel dele é fundamental mas está mais escondido. A voz dela está por todo o lado, resplandece nos arranjos auto-suficientes e reduzidos ao essencial. Logo em “Sentimental Heart” fica a impressão que estamos perante um conjunto compacto e muito interessante de canções. Voz de sempre, teclados e cordas minimais – com um som de outros tempos, de outras décadas. É uma canção que é também canção de embalar, que tem um sentido épico realista. No final, quando se expande, é como mil pulmões que respiram o mais puro dos ares. “This is not a Test” tem mais corpo e mais cores pelo todo, é canção para estar a tocar num gira-discos numa grande sala num sábado à tarde de sol enquanto crianças brincam no jardim.
Volume One é um disco pop. Certo. Mas com pinceladas country, bem enraizado no território norte-americano, tradicionalista para os tempos modernos. Mas é um disco desenvergonhado; desenvergonhadamente delicodoce e entranhável. Tanto que devia haver legislação contra este tipo de objectos – e quem sabe se não há num qualquer estado dos Unidos da América. Como impedir que “I was made for you”, de guitarra ao peito e vozes lá ao fundo, fique na cabeça para lá do que seria razoável? Como evitar que “Take it Back” se insinue quase lascivamente com a slide guitar a traçar o horizonte lá ao fundo? É difícil, é. E mais difícil é não reconhecer que, apesar de alguma visibilidade, este é um dos segredos que 2008 melhor soube guardar.
André GomesNos She & Him há mais dela do que dele. O papel dele é fundamental mas está mais escondido. A voz dela está por todo o lado, resplandece nos arranjos auto-suficientes e reduzidos ao essencial. Logo em “Sentimental Heart” fica a impressão que estamos perante um conjunto compacto e muito interessante de canções. Voz de sempre, teclados e cordas minimais – com um som de outros tempos, de outras décadas. É uma canção que é também canção de embalar, que tem um sentido épico realista. No final, quando se expande, é como mil pulmões que respiram o mais puro dos ares. “This is not a Test” tem mais corpo e mais cores pelo todo, é canção para estar a tocar num gira-discos numa grande sala num sábado à tarde de sol enquanto crianças brincam no jardim.
Volume One é um disco pop. Certo. Mas com pinceladas country, bem enraizado no território norte-americano, tradicionalista para os tempos modernos. Mas é um disco desenvergonhado; desenvergonhadamente delicodoce e entranhável. Tanto que devia haver legislação contra este tipo de objectos – e quem sabe se não há num qualquer estado dos Unidos da América. Como impedir que “I was made for you”, de guitarra ao peito e vozes lá ao fundo, fique na cabeça para lá do que seria razoável? Como evitar que “Take it Back” se insinue quase lascivamente com a slide guitar a traçar o horizonte lá ao fundo? É difícil, é. E mais difícil é não reconhecer que, apesar de alguma visibilidade, este é um dos segredos que 2008 melhor soube guardar.
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