Em termos redutores, diríamos que Get Well Soon confunde-se, até certo ponto, com o que poderia ser Zach Condon (Beirut) caso se sujeitasse à sonolência e neura densa de um Casiotone for the Painfully Alone (Owen Ashworth). Sem que Get Well Soon seja um desejo credível, exactamente por ser contrariado pela toada tristonha de Rest Now, Weary Head! You Will Get Well Soon, serve por agora como cognome para Konstantin Gropper, alemão prodigioso de 26 anos, que acreditou ser esta a altura de um primeiro longa-duração após vários EPs. A ambição justifica-se implicitamente quando, em pouco tempo, Rest Now, Weary Head! revela canções articuladas e não apenas esboços.

A canção, no caso de Get Well Soon, não deixa de o ser só porque sofre um tratamento excêntrico. Com isso, refresca até os arranjos e torna algum kitsch adorável (“Witches! Witches! Rest Now in the Fire� é tão exacerbado como os Tindersticks condenados a tocar uma versão da super-balada “Show Me Heaven� de Maria McKee). No seu melhor, a tal estranheza atribui brilho a balas atípicas como “If This Hat Is Missing I Have Gone Hunting�, que se destaca pelo refrão de claque de futebol americano que entoa as várias armas à disposição de um Cupido Sofisticado (espingarda, arco ou dardo venenoso).

Adiante, a sofisticação e identidade europeia de Get Well Soon conspiram uma versão de “Born Slippy (Nuxx)�, clássico absoluto dos Underworld, que acaba tratado com demasiado respeito e o mínimo esforço aplicado na sua reinvenção. Konstantin Gropper passa finalmente a ser o Renton de Trainspotting: alguém entregue aos seus vícios e, ao mesmo tempo, a um êxodo insaciável. Boa semi-surpresa descontando um ou outro tiro no pé.