Por mais voltas que se dê ao mapa, à procura de um X pronto a revelar um ponto de real interesse, a constatação soberana indica que os Aids Wolf ficam muito melhor nas fotos em que surgem nus do que na sua música caducada e moribunda.

Depois de esmorecido o relativo hype, que, na altura, ergueu desproporcionalmente o debute The Lovvers, a segunda ofensiva Cities of Glass cai em saco roto quando falta masoquismo para aparar os golpes de um frenesim amorfo de riffs e ritmos debitado por duas guitarras e uma bateria. Mesmo somando a isso o histerismo exacerbado de Chloe (maçã sexual envenenada), a fórmula nunca deixa de ser insuficiente e aborrecida. Sim, é impressionantemente psicadélica a salada de símbolos fálicos no interior do disco e o furacão Chloe continua a merecer o seu lugar nos sonhos húmidos de jovens afectos ao noise pastelão, mas onde pára a uva entre tanta parra?

Azeite de cima, mel do meio e vinho do fundo, não enganam o mundo, e Cities of Glass, mesmo invocando a liberdade do improviso como plano de gravação, é grotescamente apressado e pouco inspirado. Além de que é geralmente limitado o pavio que cada um cede a uma carnificina sónica / no wave praticamente nula no arrepio que provoca, apesar de toda a violência e repetição crua atirada para o tacho. O rock caótico não deve ser obrigatoriamente irregular em termos de qualidade. A compensação para tudo isto está no Google.