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Daniel Padden
Pause for the Jet
· 06 Nov 2008 · 10:06 ·

Daniel Padden
Pause for the Jet
2008
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Sítios oficiais:
- Daniel Padden
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O pulmão dos Volcano, the Bear revela-se novamente em nome próprio, através de um sonho labiríntico que abre caminho por delírios out de difícil descodificação.
Submeter um disco à táctica da deriva equivale quase sempre a uma rede que se agita no ar sem caçar borboletas ou a um prato de parabólica que gira sem nunca captar sinal certo. Provavelmente interessado na sugestibilidade de um álbum de vocação incerta e natureza falível, Daniel Padden concebeu Pause for the Jet como um filtro permissivo que absorve de tudo um pouco, conhecendo até a sorte de interceptar uma ou outra pepita durante o processo.
O que em primeira instância soa a um aglomerado desconexo (às vezes, inacabado) passa a ser, após alguma persistência, uma constelação de exercícios manifestamente idiossincráticos. Esses ilustram bem a capacidade de Daniel Padden em estabelecer vias entre variadíssimos instrumentos e linguagens, do drone aos blues, vocalizados discretamente, sem nunca transgredir um minimalismo fúnebre que torna tudo mais assimilável. Atravessar esse portal implica um certo sacrifício (o uivo e sopro de “Three Farewells” é quase uma fita bicolor que rodeia o local de um crime macabro). Desde que seja respeitada a ordem de um álbum que usufrui directamente da sua narrativa fragmentada, ninguém chega ao vulto de Tom Waits, enquanto sussurra entre as tapes turbulentas de “Full Colour Lemon”, sem antes marcar passo no buraco negro adensado pelo drone sempre à espreita em “The Ghostly Whole”. Disco declaradamente obscuro, portanto.
Para mais, o perfil do músico sedeado na Escócia actua como promessa permanente de surpresas como esta. Repare-se em como a sua versatilidade out alimenta os discos de Volcano, The Bear, colectivo onde é preponderante, ao ponto de estabelecer cada um desses como uma incógnita que apetece resolver. Do mesmo modo que apetece desvendar Pause for the Jet e perceber finalmente que conceito orienta um disco tão indecifrável e entregue ao seu próprio sonambulismo (recorda ocasionalmente os fabulosos desaparecidos Khonnor). Recomenda-se a pausa.
Miguel ArsénioO que em primeira instância soa a um aglomerado desconexo (às vezes, inacabado) passa a ser, após alguma persistência, uma constelação de exercícios manifestamente idiossincráticos. Esses ilustram bem a capacidade de Daniel Padden em estabelecer vias entre variadíssimos instrumentos e linguagens, do drone aos blues, vocalizados discretamente, sem nunca transgredir um minimalismo fúnebre que torna tudo mais assimilável. Atravessar esse portal implica um certo sacrifício (o uivo e sopro de “Three Farewells” é quase uma fita bicolor que rodeia o local de um crime macabro). Desde que seja respeitada a ordem de um álbum que usufrui directamente da sua narrativa fragmentada, ninguém chega ao vulto de Tom Waits, enquanto sussurra entre as tapes turbulentas de “Full Colour Lemon”, sem antes marcar passo no buraco negro adensado pelo drone sempre à espreita em “The Ghostly Whole”. Disco declaradamente obscuro, portanto.
Para mais, o perfil do músico sedeado na Escócia actua como promessa permanente de surpresas como esta. Repare-se em como a sua versatilidade out alimenta os discos de Volcano, The Bear, colectivo onde é preponderante, ao ponto de estabelecer cada um desses como uma incógnita que apetece resolver. Do mesmo modo que apetece desvendar Pause for the Jet e perceber finalmente que conceito orienta um disco tão indecifrável e entregue ao seu próprio sonambulismo (recorda ocasionalmente os fabulosos desaparecidos Khonnor). Recomenda-se a pausa.
migarsenio@yahoo.com
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