DISCOS
Aaron Thomas
Follow The Elephants
· 29 Set 2008 · 10:30 ·
Aaron Thomas
Follow The Elephants
2007
Everlasting / Popstock


Sítios oficiais:
- Aaron Thomas
- Everlasting
- Popstock
Aaron Thomas
Follow The Elephants
2007
Everlasting / Popstock


Sítios oficiais:
- Aaron Thomas
- Everlasting
- Popstock
Tem 9 anos de música mas este é o primeiro disco do songwriter australiano Aaron Thomas. Discreto e decente.
Follow The Elephants e seguindo, seguindo, acaba-se por chegar ao lugar que a mitologia popular consagrou como o seu cemitério, grosas deles, defuntos ou moribundos os que ainda não têm o ocaso como pretérito perfeito. “Follow the elephants and dance with the dead” e completa-se a sentença na cantoria de Aaron Thomas em “Kill This City”, e neste momento não há muitos mais trunfos por tirar. Ao ouvinte preocupado ou despreocupado está já dado de bandeja que tudo se resume a questões de identidade, procura, e se confusão houver ela só pode resultar do tom muitas vezes gaiteiro das músicas no contraponto com o seu tom lírico-depressivo. Mas desfaz-se a confusão na cabeça do ouvinte desamigado de pente e também na do sapato de vela, porque estamos em domínio de ligeireza saudável; e saborear sem pensar muito é uma actividade amiga do coração.

Aaron Thomas canta como Thom Yorke em “Far From Home” e serve bem o propósito do crítico no pretexto da apresentação da sua biografia bastante pouco divulgada. É que ser australiano e ter tecto em Madrid pode dizer muito sobre um songwriter que apresenta como influência um grande rol de músicos e bandas da música popular, mas que soa quase sempre a Tom Waits e Radiohead na parte instrumental e a Jeff Buckley e Matthew Bellamy (dos Muse) na voz. E se mais nada for conhecido sobre ele, que tal olhar para a capa do álbum (e porque não?, também serve para vender discos) e quase ver na cara de Aaron Thomas o protagonista de Scrubs, na personagem do médico John Dorian.

Não ser um songwriter de excepção mas andar lá perto deve ser duro de aguentar (porque, na realidade, esse é um território de muita gente), embora músicas como “Aw C’Mom” demonstram que o pêndulo também tende para o lado dos que têm mesmo jeito para compor canções. Curiosamente, juntamente com “Any More”, são as músicas que mais se aproximam do registo instrumental de Tom Waits, e são as que se erguem sem dificuldade por sobre todas as outras. Onde há talento, há canções. Mas por enquanto – só por enquanto - o fumo ainda é pouco.
Tiago Gonçalves
tgoncalves@bodyspace.net

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