DISCOS
Einstürzende Neubauten
Silence is Sexy
· 21 Jan 2003 · 08:00 ·
Einstürzende Neubauten
Silence is Sexy
2000
Mute Records
Sítios oficiais:
- Einstürzende Neubauten
- Mute Records
Silence is Sexy
2000
Mute Records
Sítios oficiais:
- Einstürzende Neubauten
- Mute Records
Einstürzende Neubauten
Silence is Sexy
2000
Mute Records
Sítios oficiais:
- Einstürzende Neubauten
- Mute Records
Silence is Sexy
2000
Mute Records
Sítios oficiais:
- Einstürzende Neubauten
- Mute Records
Silence is sexy
Silence is sexy
So sexy
So silence
Silence is sexy
Silence is sexy
So sexy
So sexy
Silence is not sexy at all
L’amusement
Solitude
Die ungesellige Liebe, die fixe Idee, l’idée fixe
Nur ich und ich und ich und Tinitus
Wenn die Musik endlich aufhört
Ganz von selbst
Silence is sexy
Silence is sexy
So sexy
As sexy as death
Silence is sexy
Silence is sexy
So sexy
So sexy
Just your silence is not sexy at all
Just your silence is not sexy at all
Your silence is not sexy at all
Collapsing new buildings
Confesso, antes de mais, o inconfessável. Conhecia, à partida, muito pouco deste movimento, desta proto-industrialidade que os Einstürzende Neubauten forjaram, juntamente com Can ou Cabaret Voltaire. E fascinei-me, lentamente, por este universo teatral e inventivo, destrutivo e taciturno. Pelas suas “paredes sonoras”, pelas “orgias de ruídos”, pelas “energias braquiais” que emanam da sua música (expressões de Blixa, vocalista dos EN). Pela depressão urbana, que nos transporta para as ruas geladas e deprimentes de uma Berlim perdida nos tempos anteriores à queda do Muroquando os Neubaten eram um conjunto de provocateurs, de experimentalistas do punk e do noise, com um postura bem mais radical que hoje, incendiando palcos em concertos já lendários. Porém, não se perdeu a veia subversiva que os caracteriza, estando agora mais refinada, subtil, sofisticada. A improvisação deu lugar à composição.
Nos EN cada instrumento é claramente delineado, em particular o baixo e a percussão (que ganha uma enorme importância para a ideologia dos EN, através do uso de materiais e meios inesperados: ferramentas, flamas, materiais de construção, tubos, objectos de metal, costelas humanas), e também a voz de Blixa, que parece infiltrar-se lentamente, uma quase voz off, com os seus “comentários” no alemão – língua já de si tão sugestiva na sua complexidade indecifrável (para mim, claro), que adicionam tensão aos ambientes criados pela relação baixo/percussão. Tudo isto resulta num som cru e escuro, definido e agressivo.
“Silence is Sexy” é, deste modo, um álbum quase visceral, baseado no dramatismo e teatralidade, tal como um enorme conjunto de compositores que vão desde Leonard Cohen (digo eu) até Nick Cave&The Bad Seeds (de que Blixa é guitarrista), e que refletem pensamentos inquietantes, retorcidos, muito para além do experimentalismo per si dos Kraftwerk, por exemplo. No entanto, os EN celebram a vida, a poesia, o amor, a metafísica. De uma forma inesperada, se nos confrontarmos com o cenário actual da música industrial (Rammstein e afins). Ainda podemos ouvir as ferramentas e os tubos (não podemos esquecer o delírio improvisado dos 18’30’’ de “Pelikanol”), mas, desta vez, integradas de forma mais gentil, num conjunto de canções recheadas de pormenores (o silêncio quebrado pelo acender de um cigarro em “Silence is Sexy”), e movendo-se, tal como o resto dos instrumentos, desde a irritabilidade e desconforto até momentos de êxtase.
Nuno CruzSilence is sexy
So sexy
So silence
Silence is sexy
Silence is sexy
So sexy
So sexy
Silence is not sexy at all
L’amusement
Solitude
Die ungesellige Liebe, die fixe Idee, l’idée fixe
Nur ich und ich und ich und Tinitus
Wenn die Musik endlich aufhört
Ganz von selbst
Silence is sexy
Silence is sexy
So sexy
As sexy as death
Silence is sexy
Silence is sexy
So sexy
So sexy
Just your silence is not sexy at all
Just your silence is not sexy at all
Your silence is not sexy at all
Collapsing new buildings
Confesso, antes de mais, o inconfessável. Conhecia, à partida, muito pouco deste movimento, desta proto-industrialidade que os Einstürzende Neubauten forjaram, juntamente com Can ou Cabaret Voltaire. E fascinei-me, lentamente, por este universo teatral e inventivo, destrutivo e taciturno. Pelas suas “paredes sonoras”, pelas “orgias de ruídos”, pelas “energias braquiais” que emanam da sua música (expressões de Blixa, vocalista dos EN). Pela depressão urbana, que nos transporta para as ruas geladas e deprimentes de uma Berlim perdida nos tempos anteriores à queda do Muroquando os Neubaten eram um conjunto de provocateurs, de experimentalistas do punk e do noise, com um postura bem mais radical que hoje, incendiando palcos em concertos já lendários. Porém, não se perdeu a veia subversiva que os caracteriza, estando agora mais refinada, subtil, sofisticada. A improvisação deu lugar à composição.
Nos EN cada instrumento é claramente delineado, em particular o baixo e a percussão (que ganha uma enorme importância para a ideologia dos EN, através do uso de materiais e meios inesperados: ferramentas, flamas, materiais de construção, tubos, objectos de metal, costelas humanas), e também a voz de Blixa, que parece infiltrar-se lentamente, uma quase voz off, com os seus “comentários” no alemão – língua já de si tão sugestiva na sua complexidade indecifrável (para mim, claro), que adicionam tensão aos ambientes criados pela relação baixo/percussão. Tudo isto resulta num som cru e escuro, definido e agressivo.
“Silence is Sexy” é, deste modo, um álbum quase visceral, baseado no dramatismo e teatralidade, tal como um enorme conjunto de compositores que vão desde Leonard Cohen (digo eu) até Nick Cave&The Bad Seeds (de que Blixa é guitarrista), e que refletem pensamentos inquietantes, retorcidos, muito para além do experimentalismo per si dos Kraftwerk, por exemplo. No entanto, os EN celebram a vida, a poesia, o amor, a metafísica. De uma forma inesperada, se nos confrontarmos com o cenário actual da música industrial (Rammstein e afins). Ainda podemos ouvir as ferramentas e os tubos (não podemos esquecer o delírio improvisado dos 18’30’’ de “Pelikanol”), mas, desta vez, integradas de forma mais gentil, num conjunto de canções recheadas de pormenores (o silêncio quebrado pelo acender de um cigarro em “Silence is Sexy”), e movendo-se, tal como o resto dos instrumentos, desde a irritabilidade e desconforto até momentos de êxtase.
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