DISCOS
Hrsta
Ghosts Will Come and Kiss our Eye
· 19 Mar 2008 · 07:00 ·
Hrsta
Ghosts Will Come and Kiss our Eye
2007
Constellation
Sítios oficiais:
- Hrsta
- Constellation
Ghosts Will Come and Kiss our Eye
2007
Constellation
Sítios oficiais:
- Hrsta
- Constellation
Hrsta
Ghosts Will Come and Kiss our Eye
2007
Constellation
Sítios oficiais:
- Hrsta
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Ghosts Will Come and Kiss our Eye
2007
Constellation
Sítios oficiais:
- Hrsta
- Constellation
Rede com ligações aos Godspeed You Black Emperor volta a atacar; Mike Moya é o cabecilha, felizmente.
Mike Moya, com o coma profundo dos Godspeed You Black Emperor (a esta hora ninguém sabe onde enfiar o ponto de exclamação), não quis deixar de mostrar ao mundo as suas paisagens de melancolia e caos – mais ou menos camuflado. Além de existir musicalmente através dos Set Fire to Flames e dos Molasses, o senhor que deu nome a uma das melhores construções dos saudosos Godspeed (do inesquecível EP Slow Riot for a New Zero Kanada), vai travando batalhas nos Hrsta, veículo para algumas das suas mais ousadas fantasias. Naquele que é o seu terceiro disco enquanto Hrsta (segundo pela inevitável Constellation), Mike Moya pinta mais uns poucos cenários dantescos com a ajuda de três preciosos colaboradores: Brooke Crouser dos Jackie-O Motherfucker, Harris Newman e o baterista Eric Craven são
Os nove episódios de Ghosts Will Come and Kiss our Eye podem viver de dinâmicas diferentes, munir-se de vozes ou aventurar-se pela via instrumental, construir-se de níveis e camadas distintas mas são constantemente intensos, densos. Não são sempre pesarosos porque há um intervalo luminoso: “Tomorrow Winter Comes”, apesar do seu título, tem sol a brilhar nas costas e memórias quentes no encalço. Quando Mike Moya e amigos desejam seguir pela via da consternação, conseguem em “Beau Village” uma tela impressionante de tons frios e harmonias carregadas: ao longuíssimo drone conseguido à razão de pouco esforço, surgem pianos plenos de dramatismo, uma voz declaradamente pungente, num movimento que define este Ghosts Will Come and Kiss our Eye em toda a sua extensão. A estranheza e o encanto deste terceiro disco dos Hrsta está por todo o lado – e raramente se esconde.
De todos os momentos deste disco, “Hechicero del Bosque” é o mais declarado na sua intenção de se agigantar a cada segundo que passa: a massa de som aumenta de forma coerente, refreia para entrar as palavras e desdobra-se em licenças até caminhar para um final quase punk. Mas nem sempre é assim: a premência de Ghosts Will Come and Kiss our Eye não depende directamente do seu exibicionismo; Mike Moya sabe que não é preciso muito fumo para haver fogo. Na falta de mais um disco dos Godspeed You ! Black Emperor (é assim que está a coisa segundo as últimas noticias), que viria matar a fome a muita gente, os projectos paralelos (ou então não) de Mike Moya vão servindo para manter-lhe(-nos) a chama acesa.
André GomesOs nove episódios de Ghosts Will Come and Kiss our Eye podem viver de dinâmicas diferentes, munir-se de vozes ou aventurar-se pela via instrumental, construir-se de níveis e camadas distintas mas são constantemente intensos, densos. Não são sempre pesarosos porque há um intervalo luminoso: “Tomorrow Winter Comes”, apesar do seu título, tem sol a brilhar nas costas e memórias quentes no encalço. Quando Mike Moya e amigos desejam seguir pela via da consternação, conseguem em “Beau Village” uma tela impressionante de tons frios e harmonias carregadas: ao longuíssimo drone conseguido à razão de pouco esforço, surgem pianos plenos de dramatismo, uma voz declaradamente pungente, num movimento que define este Ghosts Will Come and Kiss our Eye em toda a sua extensão. A estranheza e o encanto deste terceiro disco dos Hrsta está por todo o lado – e raramente se esconde.
De todos os momentos deste disco, “Hechicero del Bosque” é o mais declarado na sua intenção de se agigantar a cada segundo que passa: a massa de som aumenta de forma coerente, refreia para entrar as palavras e desdobra-se em licenças até caminhar para um final quase punk. Mas nem sempre é assim: a premência de Ghosts Will Come and Kiss our Eye não depende directamente do seu exibicionismo; Mike Moya sabe que não é preciso muito fumo para haver fogo. Na falta de mais um disco dos Godspeed You ! Black Emperor (é assim que está a coisa segundo as últimas noticias), que viria matar a fome a muita gente, os projectos paralelos (ou então não) de Mike Moya vão servindo para manter-lhe(-nos) a chama acesa.
andregomes@bodyspace.net
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