DISCOS
Christian Prommer's DrumLesson
Drum Lesson Vol. 1
· 06 Mar 2008 · 08:00 ·

Christian Prommer's DrumLesson
Drum Lesson Vol. 1
2007
Sonar Kollektiv
Sítios oficiais:
- Sonar Kollektiv
Drum Lesson Vol. 1
2007
Sonar Kollektiv
Sítios oficiais:
- Sonar Kollektiv

Christian Prommer's DrumLesson
Drum Lesson Vol. 1
2007
Sonar Kollektiv
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Drum Lesson Vol. 1
2007
Sonar Kollektiv
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Depois de uma lúdica distracção em estúdio que culminou na recontextualização jazz de "Strings Of Life", surge em álbum a primeira lição conceptual do alemão Christian Prommer.
Há quem diga que o techno atravessa uma crise de identidade que nada tem facilitado o reencontro com a sua própria essência, com o espírito libertino que orientou os pioneiros de Detroit na construção de novos paradigmas para as pistas de dança. E enquanto a house se procura reabilitar das modas circunstanciais, o techno tenta libertar-se da ditadura minimal em que encalhou na primeira metade desta década.
Vinte anos volvidos sobre as primeiras experiências techno bem sucedidas, o sentimento pesaroso que se levanta perante a desinteressante actualidade vai lentamente gerando alternativas que saem do convencionalismo a que nos fomos habituando. E se muitos dos produtores que se deixaram mover pelos ácidos das raves de finais de 80, hoje com mais de 30 anos, encaram a vida com outros olhos.
Talvez por isso não deixará de ser pertinente observar esse quadrante geracional – desde sempre identificado com as linguagens do techno – empenhado na recolha dos estímulos passados e desejoso na sua recontextualização no presente. Não será o passo obrigatório no encontro da essência perdida, muito menos será uma ideia extraordinária – relembre-se as operações encetadas pela Infracom nos conceptuais Re:Jazz como ponto de partida para o que agora se descobre em Drum Lessons.
Se nos habituaram à ideia de remistura como mecanismo de transformação da matéria-prima, porque não criar espaço na música de dança electrónica para um ideario de covers instrumentais? O primeiro volume de Drum Lessons parece ser uma dessas primeiras lições de vida para a própria música electrónica – e para as novas gerações excessivamente obcecadas com a programação linear em base 4X4.
Talvez assim se perceba o que Christian Prommer pretende com a designação Drum Lessons. Lições incisivas e pedagógicas que recuperam alguns dos clássicos techno dos últimos 30 anos. A dúvida que fica é sobre o alvo a quem se destinam estas curtas incursões pelo jazz de contornos clássicos. A utilidade para as novas escolas parece indiscutível; porque se a aula passar pela prova definitiva das virtudes do techno ou o house enquanto géneros devidamente estabelecidos no universo pop, servirá também de prova definitiva que testemunha a adaptação positiva da escrita original a diversas realidades.
Se a brincadeira começou com a recuperação de Strings Of Life do projecto de Darrick May, os Rhythm is Rhythm, foi inevitável o passo subsequente: a serena abordagem dos essenciais "Trans Europe Express" dos Kraftwek, "Higher State Of Consciousness" de Josh Wink e o belíssimo "Can You Feel It" de Mr. Fingers (ou como um dos inevitáveis hinos ao hedonismo hipnótico na pista de dança – que foi e ainda é "Plastic Dreams" de Jay Dee – se tenha transformado numa amena e swingante ode à alegria de viver).
E se é satisfação encontramos em todos os momentos, em contrapartida também se encontra um senão: a falta de alguma ousadia que retrai alguma da potencialidade criativa que se poderia ter gerado de tão interessante grupo de pessoas que ladearam Pommer. Um senão que o segundo tombo poderá eliminar muito em breve.
Rafael SantosVinte anos volvidos sobre as primeiras experiências techno bem sucedidas, o sentimento pesaroso que se levanta perante a desinteressante actualidade vai lentamente gerando alternativas que saem do convencionalismo a que nos fomos habituando. E se muitos dos produtores que se deixaram mover pelos ácidos das raves de finais de 80, hoje com mais de 30 anos, encaram a vida com outros olhos.
Talvez por isso não deixará de ser pertinente observar esse quadrante geracional – desde sempre identificado com as linguagens do techno – empenhado na recolha dos estímulos passados e desejoso na sua recontextualização no presente. Não será o passo obrigatório no encontro da essência perdida, muito menos será uma ideia extraordinária – relembre-se as operações encetadas pela Infracom nos conceptuais Re:Jazz como ponto de partida para o que agora se descobre em Drum Lessons.
Se nos habituaram à ideia de remistura como mecanismo de transformação da matéria-prima, porque não criar espaço na música de dança electrónica para um ideario de covers instrumentais? O primeiro volume de Drum Lessons parece ser uma dessas primeiras lições de vida para a própria música electrónica – e para as novas gerações excessivamente obcecadas com a programação linear em base 4X4.
Talvez assim se perceba o que Christian Prommer pretende com a designação Drum Lessons. Lições incisivas e pedagógicas que recuperam alguns dos clássicos techno dos últimos 30 anos. A dúvida que fica é sobre o alvo a quem se destinam estas curtas incursões pelo jazz de contornos clássicos. A utilidade para as novas escolas parece indiscutível; porque se a aula passar pela prova definitiva das virtudes do techno ou o house enquanto géneros devidamente estabelecidos no universo pop, servirá também de prova definitiva que testemunha a adaptação positiva da escrita original a diversas realidades.
Se a brincadeira começou com a recuperação de Strings Of Life do projecto de Darrick May, os Rhythm is Rhythm, foi inevitável o passo subsequente: a serena abordagem dos essenciais "Trans Europe Express" dos Kraftwek, "Higher State Of Consciousness" de Josh Wink e o belíssimo "Can You Feel It" de Mr. Fingers (ou como um dos inevitáveis hinos ao hedonismo hipnótico na pista de dança – que foi e ainda é "Plastic Dreams" de Jay Dee – se tenha transformado numa amena e swingante ode à alegria de viver).
E se é satisfação encontramos em todos os momentos, em contrapartida também se encontra um senão: a falta de alguma ousadia que retrai alguma da potencialidade criativa que se poderia ter gerado de tão interessante grupo de pessoas que ladearam Pommer. Um senão que o segundo tombo poderá eliminar muito em breve.
r_b_santos_world@hotmail.com
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