DISCOS
Nicole Willis & The Soul Investigators
Keep Reaching Up Remixed
· 17 Jan 2008 · 08:00 ·

Nicole Willis & The Soul Investigators
Keep Reaching Up Remixed
2007
Above the Clouds
Sítios oficiais:
- Nicole Willis & The Soul Investigators
- Above the Clouds
Keep Reaching Up Remixed
2007
Above the Clouds
Sítios oficiais:
- Nicole Willis & The Soul Investigators
- Above the Clouds

Nicole Willis & The Soul Investigators
Keep Reaching Up Remixed
2007
Above the Clouds
Sítios oficiais:
- Nicole Willis & The Soul Investigators
- Above the Clouds
Keep Reaching Up Remixed
2007
Above the Clouds
Sítios oficiais:
- Nicole Willis & The Soul Investigators
- Above the Clouds
Se Keep Reaching Up era uma ode ao espírito da soul de 60, as remisturas são um elogio à arte da reconfiguração da matéria-prima alheia.
A probabilidade da remistura ficar indiferente a tamanho caldeirão de inspiração Motown no novo milénio era muito reduzida. Poder-se-ia contestar a pertinência de toda a operação. Poder-se-ia até estranhar o risco de vasculhar o primoroso original, mas o que fica depois das primeiras audições de Keep Reaching Up Remixed é admiração. Perante tão rico filão, este será mesmo um dos poucos casos em que o remix faz sincero sentido tanto na anulação da injusta equidistância que separa a arte da reconstrução, amiude relegada para segundo e desinteressante plano – frequentemente por culpa dos próprios produtores – e a arte da obra original, tanto no esforço honesto da revitalização do espírito libertino do produtor ou do DJ – e naturais aspirações.
Os convidados, alguns já habituados ao ofício da remistura – Mr Scruff ou Afronaut –, são proficientes na escuta e imaginativos na reconstrução. É certo que praticamente todos os intervenientes envolvidos são reconhecidos mais pelas habilidades de manipulação em estúdio do que pelas capacidades como músicos e alguns até mais conhecidos pelas remisturas do que pelos originais. Independentemente dos diversos quadrantes de que provêem, ninguém se poupa no esforço de redimensionamento estético da retórica individual, mesmo quando o principal obstáculo é ultrapassar os ideais do caldeirão nativo que ainda caracteriza Keep Reaching Up (editado pela primeira vez em 2006).
Elogie-se a genuína preocupação de preservar o espírito primitivo quando este se confronta com a novidade das tipologias alienígenas: a hábil abordagem reggae dos The Dynamics para “My 4 Leaf Clover”, o escape narcótico do dub de “Invisible Man” revisto por Simbad, a energia positiva do broken-beat de Afronaut em “Holding On” ou o génio do jazz de Elizabeth Shepherd Trio em “If This Aint Love” representam bem a descontraída e pouco perconceituosa convivência de géneros, apesar da premissa exigente do funk-soul inicial. A escrita criativa individual alia-se com sabedoria e engenho à consciência de Nicole Willis e os seus The Soul Investigators na mesma proporção que a inteligência e oportunidade se confunde com a arte da produção. E acreditem que, no que diz respeito à remistura, raramente a conjectura permite o alinhamento perfeito de todos os esses elementos.
Rafael SantosOs convidados, alguns já habituados ao ofício da remistura – Mr Scruff ou Afronaut –, são proficientes na escuta e imaginativos na reconstrução. É certo que praticamente todos os intervenientes envolvidos são reconhecidos mais pelas habilidades de manipulação em estúdio do que pelas capacidades como músicos e alguns até mais conhecidos pelas remisturas do que pelos originais. Independentemente dos diversos quadrantes de que provêem, ninguém se poupa no esforço de redimensionamento estético da retórica individual, mesmo quando o principal obstáculo é ultrapassar os ideais do caldeirão nativo que ainda caracteriza Keep Reaching Up (editado pela primeira vez em 2006).
Elogie-se a genuína preocupação de preservar o espírito primitivo quando este se confronta com a novidade das tipologias alienígenas: a hábil abordagem reggae dos The Dynamics para “My 4 Leaf Clover”, o escape narcótico do dub de “Invisible Man” revisto por Simbad, a energia positiva do broken-beat de Afronaut em “Holding On” ou o génio do jazz de Elizabeth Shepherd Trio em “If This Aint Love” representam bem a descontraída e pouco perconceituosa convivência de géneros, apesar da premissa exigente do funk-soul inicial. A escrita criativa individual alia-se com sabedoria e engenho à consciência de Nicole Willis e os seus The Soul Investigators na mesma proporção que a inteligência e oportunidade se confunde com a arte da produção. E acreditem que, no que diz respeito à remistura, raramente a conjectura permite o alinhamento perfeito de todos os esses elementos.
r_b_santos_world@hotmail.com
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