DISCOS
V/A
The Topography of Chance
· 05 Nov 2007 · 08:00 ·

V/A
The Topography of Chance
2007
Sonic Arts Network
Sítios oficiais:
- Sonic Arts Network
The Topography of Chance
2007
Sonic Arts Network
Sítios oficiais:
- Sonic Arts Network

V/A
The Topography of Chance
2007
Sonic Arts Network
Sítios oficiais:
- Sonic Arts Network
The Topography of Chance
2007
Sonic Arts Network
Sítios oficiais:
- Sonic Arts Network
Factores aleatórios geram factores aleatórios, ou, pelo menos, é isso que procura provar Stewart Lee no conjunto altamente conceptual de música que reuniu em The Topography of Chance. O próprio conta a história da concepção frisando à mesma a perspectiva casual da maçã que cai a um ramo de árvore. Eis que em determinado Inverno em Cardiff, Stewart Lee, escritor, comediante e realizador, encontrou um grupo de pessoas a percorrer o rio numa plataforma e a envergar um poster gigantesco com o rosto de alguém que veio a descobrir ser Emmett Williams, nome associado a uma corrente artística conhecida por Fluxus – ramificação do Dadaísmo que engloba vários meios e que deve parte da sua origem aos conceitos de John Cage focados na utilidade do acaso na arte. Intrigado por esse contacto abrupto com os entusiastas de Emmett Williams, Stewart Lee decidiu aprofundar a sua investigação e tem em The Topography of Chance a oportunidade de a partilhar através de um brainstorm que procura repercutir nos atentos o mesmo magnetismo inicialmente produzido por essa tarde de coincidências em Cardiff.
Stewart Lee elabora um atlas da música afectada pelo imprevisível, destacando a noção de que o som, tal como a folk ermita, vagueia por toda a parte. Pesa sobre The Topography of Chance a folk, sem que essa eclipse os restantes momentos impares. Não admira pois que muitos dos casos presentes sejam felizes acidentes revelados em formato perdidos e achados: o obscuro item de culto Rodd Keith vê um single ser promovido ao seu espólio de improbabilidades folk-pop, o improvisador Derek Bailey descreve em voz a experiência hilariante que – na senda de uma colaboração desafiante - o levou a tocar com um violinista pouco ou nada compatível, Mark E. Smith dos Fall revela a sua faceta de Gabriel Alves ao enumerar os resultados de uma jornada de futebol em Inglaterra. Pode estar no último o portal certo para descobrir o mais pessoal trabalho spoken word do líder dos Fall.
Em termos práticos, The Topography of Chance quase arrisca a ser tomada como uma roldana que se soltou, por acaso (claro!), à colossal Anthology of American Folk Music, empreendimento de Harry Smith lançado originalmente em 1952 e reeditado em 1998, e que seguiu rodopiante sobre uma encosta minada por estranheza e contrariedades que, por serem insolúveis, são invertidas ao ponto de se tornarem vantajosas - repare-se, por exemplo, em como Howe Gelb dos Giant Sand e a sua guitarra extraem a maior beleza às insónias de uma criança que persiste em cantar espontaneamente melodias surgidas da sua traquinice. Os maiores estoiros escutam-se quando a tal roldana atinge terrenos que não constam ainda do mapa de informação acumulada. Fazem-se boas descobertas por aqui.
Miguel ArsénioStewart Lee elabora um atlas da música afectada pelo imprevisível, destacando a noção de que o som, tal como a folk ermita, vagueia por toda a parte. Pesa sobre The Topography of Chance a folk, sem que essa eclipse os restantes momentos impares. Não admira pois que muitos dos casos presentes sejam felizes acidentes revelados em formato perdidos e achados: o obscuro item de culto Rodd Keith vê um single ser promovido ao seu espólio de improbabilidades folk-pop, o improvisador Derek Bailey descreve em voz a experiência hilariante que – na senda de uma colaboração desafiante - o levou a tocar com um violinista pouco ou nada compatível, Mark E. Smith dos Fall revela a sua faceta de Gabriel Alves ao enumerar os resultados de uma jornada de futebol em Inglaterra. Pode estar no último o portal certo para descobrir o mais pessoal trabalho spoken word do líder dos Fall.
Em termos práticos, The Topography of Chance quase arrisca a ser tomada como uma roldana que se soltou, por acaso (claro!), à colossal Anthology of American Folk Music, empreendimento de Harry Smith lançado originalmente em 1952 e reeditado em 1998, e que seguiu rodopiante sobre uma encosta minada por estranheza e contrariedades que, por serem insolúveis, são invertidas ao ponto de se tornarem vantajosas - repare-se, por exemplo, em como Howe Gelb dos Giant Sand e a sua guitarra extraem a maior beleza às insónias de uma criança que persiste em cantar espontaneamente melodias surgidas da sua traquinice. Os maiores estoiros escutam-se quando a tal roldana atinge terrenos que não constam ainda do mapa de informação acumulada. Fazem-se boas descobertas por aqui.
migarsenio@yahoo.com
ÚLTIMOS DISCOS


ÚLTIMAS