DISCOS
Zelienople
His/Hers
· 30 Ago 2007 · 08:00 ·
Zelienople
His/Hers
2007
Type / Flur
Sítios oficiais:
- Zelienople
- Type
- Flur
His/Hers
2007
Type / Flur
Sítios oficiais:
- Zelienople
- Type
- Flur
Zelienople
His/Hers
2007
Type / Flur
Sítios oficiais:
- Zelienople
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His/Hers
2007
Type / Flur
Sítios oficiais:
- Zelienople
- Type
- Flur
Primeiro álbum na Type deste trio norte-americano é luxo feito de pó.
Se, no final dos anos 90 a Kranky se afigurava como a descendente directa daquilo que foi a 4AD nos anos 80, hoje, esse papel parece caber cada vez mais à inglesa Type, na medida em que ambas se regem por um aprimorado cuidado com a estética e uma certa coerência interna entre os diferentes artistas que faz com que qualquer edição da editora seja, à partida, digna de atenção. Particularmente devota aos destroços do shoegaze da década de 90 e à celestialidade da indietrónica mais experimental do inÃcio do século XXI, o catálogo da editora, tem, contudo reservado alguns dissabores, álbuns que almejam a uma magnificência ou beleza transbordantes, mas que se ficam pela atmosfera da agradabilidade. Durante a sua curta existência a Type tem-se movido sempre num limbo entre estes dois campos, ou seja, entre um bonito papel de parede (Helios) e algo verdadeiramente tocante (Svarte Greiner) em doses idênticas.
A audição a este quinto álbum do trio de Chicago Zelienople, intitulado His/Hers estava assim, desde logo condicionada por esta mesma situação, confinado antes sequer de ser ouvido a habitar a área cinzenta que referi anteriormente. Sabendo de antemão que muito dificilmente me depararia com um mau disco (na pior das hipóteses desinteressante), não surpreende que a abertura com "Family Beast" se faça em tons contemplativos e bucólicos, lentamente guiados por guitarra acústica e pequenas subtilezas sonoras indecifráveis, com a voz de Matt Christensen a aparecer apaziguadora e tranquilizante, em resumo: agradável.
Depois deste primeiro exercÃcio cabe a "Moss Man" atingir algo mais do que "Family Beast" insinuou, transportando-se para a placidez subaquática dos Slowdive da fase Pygmalion (disco que se começa a revelar cada vez mais como obra de charneira dentro do ambientalismo) até cerca de metade dos seus 9 minutos, para se entregar à terra envolvido em guitarras eléctricas incandescentes e devaneios de percussão esqueléticos, sem nunca se auto-destruir. A sombra dos trabalhos a solo de Aidan Baker (Nadja) paira um pouco sobre todo o álbum, sentindo-se com maior incidência numa folky "Parts are Lost" de forte apelo pop (com aspas) ou numa muito psicadélica "Forced March" de tendências mais abrasivas e a espraiar-se em todas as direcções que a bateria se digne a levar. Quando o final chega com "Sweet Ali" já a noite se abateu invocando sons embalatórios de criaturas mais ou menos vivas.
Acabando por partilhar afinidades com alguns projectos da Type, como a dimensão etérea e sonhadora do recentemente reeditado Way their crept de Grouper ou a estaticidade nocturna de Svarte Greiner, His/Hers aparece confortavelmente inserido na mentalidade da editora. Apesar da multiplicidade de referências enunciadas consegue manter um nÃvel de coerência interna que permite que este não se disperse e atinja uma identidade própria, naquele que é (Way their crept à parte) a melhor edição da Type deste ano.
Bruno SilvaA audição a este quinto álbum do trio de Chicago Zelienople, intitulado His/Hers estava assim, desde logo condicionada por esta mesma situação, confinado antes sequer de ser ouvido a habitar a área cinzenta que referi anteriormente. Sabendo de antemão que muito dificilmente me depararia com um mau disco (na pior das hipóteses desinteressante), não surpreende que a abertura com "Family Beast" se faça em tons contemplativos e bucólicos, lentamente guiados por guitarra acústica e pequenas subtilezas sonoras indecifráveis, com a voz de Matt Christensen a aparecer apaziguadora e tranquilizante, em resumo: agradável.
Depois deste primeiro exercÃcio cabe a "Moss Man" atingir algo mais do que "Family Beast" insinuou, transportando-se para a placidez subaquática dos Slowdive da fase Pygmalion (disco que se começa a revelar cada vez mais como obra de charneira dentro do ambientalismo) até cerca de metade dos seus 9 minutos, para se entregar à terra envolvido em guitarras eléctricas incandescentes e devaneios de percussão esqueléticos, sem nunca se auto-destruir. A sombra dos trabalhos a solo de Aidan Baker (Nadja) paira um pouco sobre todo o álbum, sentindo-se com maior incidência numa folky "Parts are Lost" de forte apelo pop (com aspas) ou numa muito psicadélica "Forced March" de tendências mais abrasivas e a espraiar-se em todas as direcções que a bateria se digne a levar. Quando o final chega com "Sweet Ali" já a noite se abateu invocando sons embalatórios de criaturas mais ou menos vivas.
Acabando por partilhar afinidades com alguns projectos da Type, como a dimensão etérea e sonhadora do recentemente reeditado Way their crept de Grouper ou a estaticidade nocturna de Svarte Greiner, His/Hers aparece confortavelmente inserido na mentalidade da editora. Apesar da multiplicidade de referências enunciadas consegue manter um nÃvel de coerência interna que permite que este não se disperse e atinja uma identidade própria, naquele que é (Way their crept à parte) a melhor edição da Type deste ano.
celasdeathsquad@gmail.com
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