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Spires That in the Sunset Rise
This Is Fire
· 25 Jul 2007 · 08:00 ·
Spires That in the Sunset Rise
This Is Fire
2006
Secret Eye


Sítios oficiais:
- Spires That in the Sunset Rise
- Secret Eye
Spires That in the Sunset Rise
This Is Fire
2006
Secret Eye


Sítios oficiais:
- Spires That in the Sunset Rise
- Secret Eye
Quarteto feminino explode em bebedeiras folk com travo psych e os estilhaços são bastante apreciáveis.
Elas são perfeitas desconhecidas: Kathleen Baird, Taralie Peterson, Tracy Peterson, e Georgia Vallas. Mas ao escolherem o nome para as representar em conjunto, inscreveram o nome Spires That in the Sunset Rise na grande família da psych-folk e na ainda maior família da folk. This Is Fire é o terceiro álbum de um quarteto que utiliza uma série de instrumentos para esculpir canções feitas de melodias raras: harpas, violoncelo, bateria, harmónio, guitarras, sinos e, claro está, vozes. Tudo parece ser escolhido com uma razão e papel definidos.

A multiplicação de fontes sonoras torna desde logo complicado não apreciar “Spike Fiddle Song” apesar das suas linhas vertiginosas e ondulantes. Há algo de bizarro e ao mesmo tempo de belo que reside na voz (de Kathleen Baird) e nos arranjos. Essa estranheza, persistente e demorada, encontra na percussão uma base adequadíssima. Folk a fugir às cores primárias mas primitiva na sua concepção, a responder a instintos e em estado de hipnose.

Com “Clouds” aprofundam-se os pensamos acerca da definição de “canção”; as Spires That in the Sunset Rise tanto se aproximam do formato como se afastam dele logo de seguida. A música do quarteto vive, na verdade, de limbos. Vivo no limbo entre a canção e a não-canção, a folk e do freak, da beleza e da estranheza. “Sleeplike” confirma-o, unindo cordas, percussão e vozes numa celebração que tem tanto de hipnótico como de transcendente.

“Morning Song” é festa de tribos distintas, reunião de cânticos world. Está a meio caminho entre uma celebração de casamento e o lamentar de uma cerimónia fúnebre, não fosse a música das Spires That in the Sunset Rise um pau de dois gumes (elogio). This Is Fire, do inicio ao fim, é um documento que elogia a estranheza-que-às-vezes-não-é-assim-tão-estranha – a fabulosa “Sea Shanty” e “Let The Crows Fly” (provavelmente o momento mais acessível do disco) são provas disso. É fácil perceber que vale bem a pena mergulhar neste This Is Fire para encontrar os seus tesouros.
André Gomes
andregomes@bodyspace.net

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