DISCOS
RF & Lili de la Mora
Eleven Continents
· 18 Jul 2007 · 08:00 ·
RF & Lili de la Mora
Eleven Continents
2007
Rowing At Sea / Time Release / AnAnAnA


Sítios oficiais:
- Rowing At Sea
- Time Release
- AnAnAnA
RF & Lili de la Mora
Eleven Continents
2007
Rowing At Sea / Time Release / AnAnAnA


Sítios oficiais:
- Rowing At Sea
- Time Release
- AnAnAnA
Dupla de músicos reune conjunto de canções arrumadinhas e melancólicas, num disco coeso e apreciável.
Eleven Continents não é a redefinição da Terra como se poderia pensar. É apenas o encontro musical entre Ryan Francesconi (guitarra, baixo, rhodes) e Lili De La Mora (voz) que aqui reuniram esforços para a escrita de canções declaradamente acústicas e melancólicas. Mas Eleven Continents não é apenas o encontro musical da dupla; é também o abrir destas canções a uma série de colaborações nos mais variados instrumentos: o piano, a harpa, a viola, o violoncelo, a flauta, o trompete e a percussão. Este é um caso onde a matéria-prima faz adivinhar o produto final. No capítulo das colaborações há uma que se destaca por razões evidentes: Joanna Newsom, que aqui empresta dotes no seu instrumento de eleição: a harpa.

Cada instrumento que aqui chegou por empréstimo desempenha um papel essencial na construção dos temas. Isso é notório na forma como as canções se desenvolvem. Para isso muito deve ter contribuído Ryan Francesconi, habitualmente associado à música electrónica. No intimismo reservado para as canções da dupla, qualquer pormenor é suficiente para conferir beleza e profundidade. Qualquer elemento pode casar na perfeição ou desastrosamente com a voz frágil de Lili De La Mora. Felizmente, em Eleven Continents os arranjos são tidos como essenciais e existe um cuidado superior na sua aplicação.

Mais uma vez terá de ser atribuído a Joanna Newsom o destaque pelo eficaz empréstimo da sua harpa neste disco, precioso para a natural sobrevivência de alguns temas. Mas este é um disco de Ryan Francesconi e de Lili De La Mora, das canções que constroem com base na guitarra e na voz, no intimismo. Partem do silêncio e respeitam-no ao ponto de partirem dele para construírem as suas canções. Em vez de ser um disco repetitivo, Eleven Continents é um disco coeso; em vez de ser um conjunto de canções aleatórias, o disco de estreia desta dupla é um registo onde cada canção parece pegar na anterior para, cuidadosamente, se afirmar de forma positiva.
André Gomes
andregomes@bodyspace.net

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