DISCOS
Outlines
Our Lives are too short
· 02 Jul 2007 · 08:00 ·
Outlines
Our Lives are too short
2007
Sonar Kollektiv
Sítios oficiais:
- Sonar Kollektiv
Our Lives are too short
2007
Sonar Kollektiv
Sítios oficiais:
- Sonar Kollektiv
Outlines
Our Lives are too short
2007
Sonar Kollektiv
Sítios oficiais:
- Sonar Kollektiv
Our Lives are too short
2007
Sonar Kollektiv
Sítios oficiais:
- Sonar Kollektiv
A vida humana pode realmente ser muito curta, mas também a memória que perdurará de algumas das músicas deste disco.
Mesmo neste momento, não posso negar que sempre houve um gosto especial por “Just A Lil’ Lovin”. Não se estranhe por isso alguma curiosidade em ouvir o álbum de estreia deste projecto francês. E não se pode dizer que o primeiro contacto seja arrebatador ou que foi parida a música que irá marcar o ano. Na grande maioria das vezes é no simples namoro ocasional que descobrimos algumas facetas capazes de despertar algum encanto. Assim foi com “Just A Lil’ Lovin” em 2005 e assim será com alguns dos temas que encontramos em Our Lives are too short. Mas praticamente na mesma proporção deparamo-nos com as dispensáveis redundâncias que mais dia, menos dia farão parte de qualquer colectânea de Verão.
Nesta merenda mista onde pop, hip-hop, jazz, funk e soul comungam sem grandes dificuldades, deparamo-nos com a inconsistência que uma vez mais confirma a regra que tem pautado um bom número de álbuns de há uns anos para cá: boas músicas em álbuns inconsequentes. A produção é praticamente imaculada, mas a promiscuidade de uma música que sonha ser grande, e sem pernas para andar, condena a obra no seu todo e reflecte uma ambição desmesurada para o espectro que procura conquistar.
Irfane e Jerome Hadey trabalham bem como equipa, mas no desequilíbrio entre uma voz com perfil pop – com queda para a soul –, ritmos entre o breakbeat e o hip-hop orelhudo, o jazz lânguido em namoro com um funk infantil, origina uma fricção quase desagradável. O espaço para as referências anos 80 surge quase de forma natural e tende, no caso do hip-hop, a recordar uma old-school que lhes confunde, mais do que desejariam, o trajecto para a modernidade. E nem os convidados, alguns bem desinteressantes, ajudam no empurrão.
O encanto lá surge quando irrompe “Just A Lil’ Lovin”, “Matter of Time”, “Listen To The Drums” ou “Now That I Am Free”. Mas em conta partida o amargo de boca instala-se depois de “Our Lives Are Too Short”, “Show Me” ou “Back To 1984”. Estes obriga-nos a olhar com outros olhos para toda a operação e interrogarmo-nos sobre os propósitos que estruturaram por um lado uma série de músicas com corpo e alma – mesmo que pequena – e por outro músicas que reverenciam o inócuo enquanto se expõe um inexplicável vazio criativo. E será mesmo uma pena uma mão cheia de bons temas partilhem o mesmo espaço onde outros obrigam a pop pecar pelo narcisismo e superficialidade.
Rafael SantosNesta merenda mista onde pop, hip-hop, jazz, funk e soul comungam sem grandes dificuldades, deparamo-nos com a inconsistência que uma vez mais confirma a regra que tem pautado um bom número de álbuns de há uns anos para cá: boas músicas em álbuns inconsequentes. A produção é praticamente imaculada, mas a promiscuidade de uma música que sonha ser grande, e sem pernas para andar, condena a obra no seu todo e reflecte uma ambição desmesurada para o espectro que procura conquistar.
Irfane e Jerome Hadey trabalham bem como equipa, mas no desequilíbrio entre uma voz com perfil pop – com queda para a soul –, ritmos entre o breakbeat e o hip-hop orelhudo, o jazz lânguido em namoro com um funk infantil, origina uma fricção quase desagradável. O espaço para as referências anos 80 surge quase de forma natural e tende, no caso do hip-hop, a recordar uma old-school que lhes confunde, mais do que desejariam, o trajecto para a modernidade. E nem os convidados, alguns bem desinteressantes, ajudam no empurrão.
O encanto lá surge quando irrompe “Just A Lil’ Lovin”, “Matter of Time”, “Listen To The Drums” ou “Now That I Am Free”. Mas em conta partida o amargo de boca instala-se depois de “Our Lives Are Too Short”, “Show Me” ou “Back To 1984”. Estes obriga-nos a olhar com outros olhos para toda a operação e interrogarmo-nos sobre os propósitos que estruturaram por um lado uma série de músicas com corpo e alma – mesmo que pequena – e por outro músicas que reverenciam o inócuo enquanto se expõe um inexplicável vazio criativo. E será mesmo uma pena uma mão cheia de bons temas partilhem o mesmo espaço onde outros obrigam a pop pecar pelo narcisismo e superficialidade.
r_b_santos_world@hotmail.com
ÚLTIMOS DISCOS
ÚLTIMAS